O presidente Volodymyr Zelensky evocou neste sábado (13), no Vaticano, durante seu encontro com o Papa Francisco, “a tragédia de milhões de ucranianos”, antes de viajar para a Alemanha, que anunciou um pacote de ajuda militar a Kiev.
“Sou grato a ele por sua atenção pessoal à tragédia de milhões de ucranianos”, escreveu Zelensky nas redes sociais depois de se reunir por 40 minutos com o pontífice argentino de 86 anos.
Zelensky contou que, entre os assuntos abordados, está o destino de “dezenas de milhares de crianças deportadas” das áreas de seu país ocupadas por tropas russas, conforme acusações investigadas pela Justiça internacional. Ele acrescentou que também evocou o “plano de paz” de dez pontos apoiado por Kiev há vários meses, rejeitado por Moscou em diferentes ocasiões.
Segundo o Vaticano, durante a audiência, os líderes se referiram à “situação humanitária e política na Ucrânia” desde o início da intervenção russa em fevereiro de 2022. Ambos concordaram em “continuar os esforços para apoiar a população”.
Antes, Zelensky se reuniu em Roma com o presidente italiano, Sergio Mattarella, e com a chefe de governo, Giorgia Meloni, em meio a um forte dispositivo de segurança. Esta é sua primeira visita à Itália, país-membro da UE (União Europeia) e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), desde o início da guerra.
Ajuda militar da Alemanha
Neste sábado, a Alemanha anunciou um novo plano de ajuda militar à Ucrânia, no valor de US$ 2,950 bilhões (cerca de R$ 14,5 bilhões). O pacote, o maior da Alemanha desde o início da guerra, segundo a revista semanal “Der Spiegel”, incluirá 30 tanques Leopard-1 A5, veículos blindados do tipo Marder, sistemas de defesa antiaérea e drones de vigilância.
“Todos desejamos o fim rápido desta guerra atroz da Rússia contra o povo ucraniano, mas infelizmente não está à vista. Por isso, a Alemanha dará toda a ajuda que puder, pelo tempo que for necessário”, disse o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, em um comunicado.
Nos últimos dias, os países ocidentais multiplicaram seus anúncios de ajuda militar para a Ucrânia, o que provocou a ira de Moscou.
na sexta-feira (12), a Rússia descreveu como “extremamente hostil” a decisão tomada pelo Reino Unido, na véspera, de entregar mísseis de longo alcance para a Ucrânia e acusou o governo britânico de buscar um “sério agravamento” do conflito.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, pediu neste sábado que outras nações europeias forneçam armas de longo alcance para a Ucrânia. “Os russos estão bombardeando de longe, então os ucranianos precisam alcançar (…) a mesma distância”, disse Borrell, após se reunir com o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, em Estocolmo.