Não há nada mais fácil do que enganar uma mulher com a autoestima no chão’ “Depois de ser vítima, passei a fazer vítimas.”
É assim que a mexicana Esperanza Garfias resume seu passado como vítima de abusos, prostituta e, posteriormente, agenciadora de mulheres – submetidas a dívidas e à privação da liberdade.
Mas, como parte importante do tráfico ilegal de pessoas no México, a atuação de Esperanza se dava por meio de um negócio familiar ao lado dos filhos, um deles o “patrão”.
“Com cinco anos, fui abusada por um vizinho. E não foi só ele: outros vizinhos e amigos da família abusaram de mim por anos. Cresci com muito ódio e com 12 anos saí de casa”, lembra a mexicana. “Todo o ódio e agressividade guardados em mim eu transferi para os meus filhos. E eles, às garotas”.
O negócio dos Garfias atuou por oito anos no bairro de La Merced, na região central da Cidade do México, capital do país.