Paris, estudantes ocuparam as faculdades e trabalhadores pararam as fábricas, protestando contra o capitalismo. Nos EUA, milhares se revoltaram contra o assassinato de Martin Luther King Jr. e contra a Guerra do Vietnã. No Brasil, o assassinato do estudante Edson Luís carregou multidões para as ruas, contra a ditadura.
Cinquenta anos depois, o legado de 68 está vivo e forte: nunca o movimento feminista, o gay, o negro e o ecológico foram tão atuantes. Ao mesmo tempo, nunca o movimento conservador foi tão “despudorado”.
Esse é o balanço que o escritor Zuenir Ventura, autor do best-seller “1968, O Ano que Não Terminou”, faz daquele ano revolucionário e seu espólio. “Tivemos muitos avanços, principalmente na luta pelos direitos das mulheres, dos negros, dos gays; mas estamos vivendo um momento em que o conservadorismo perdeu a vergonha”, diz Ventura.
Lançado em 1988, o livro teve mais de 400 mil exemplares vendidos. Neste ano, será relançado pela editora Objetiva, com novo prefácio. Segundo Ventura, o interesse pelo mítico 1968 persiste porque o ano “não acaba de não acabar”.
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Folha – Por que o interesse por 1968 persiste?
Zuenir Ventura – Há 50 anos, esse ano não acaba de não acabar.