O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado (04) que precisa de máscaras de proteção contra o coronavírus e, ainda, que não quer “outros conseguindo” os equipamentos.
“Precisamos das máscaras. Não queremos outros conseguindo máscaras. É por isso que estamos acionando várias vezes o ato de produção de defesa. Você pode até chamar de retaliação porque é isso mesmo. É uma retaliação. Se as empresas não derem o que precisamos para o nosso povo, nós seremos muito duros.”
Trump afirmou ainda que esta semana e a próxima provavelmente serão as mais difíceis na luta contra a doença e que “haverá muita morte”. O número de vítimas neste sábado chegou a 8.500, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins. A instituição informou ainda que em todo o país são mais de 312 mil infecções por coronavírus. Neste sábado, foram 1.344 novas mortes, maior número em um dia.
O Ato de Produção de Defesa passou a vigorar em 20 de março nos EUA em resposta à pandemia. É uma lei dos anos 1950 que permite o direcionamento da produção das empresas privadas. Ela foi criada na época porque os americanos temiam problemas de abastecimento durante a Guerra da Coreia.
O ministro do interior da Alemanha, Andreas Geisel, disse que o governo americano desviou equipamentos que iriam para a Europa e para o Brasil. Autoridades em Berlim alegaram que o embarque das máscaras, produzidas nos EUA, teria sido “confiscado” em Bangcoc, na Tailândia.
Além disso, um grupo de governadores do Nordeste disse que encomendou 600 aparelhos respiradores na China, mas que a carga ficou retida em Miami. Entretanto, a embaixada dos Estados Unidos negou que tenha feito o bloqueio de compra de material.
Trump também voltou a falar neste sábado sobre a hidroxicloroquina, medicamento em fase de testes e sem comprovação científica de eficiência contra a Covid-19. O presidente americano disse que os EUA têm 29 milhões de doses e que mais encomendas foram feitas para a Índia.
Tentativa de bloqueio
A 3M, empresa entre as maiores produtoras das máscaras, disse o que o governo de Trump pediu para que parasse de exportar para o Canadá e para a América Latina. A companhia diz que a medida teria implicações humanitárias significativas e que poderia trazer retaliações de outros países.
A empresa também afirmou nesta sexta-feira (03) que está produzindo o maior número possível nas últimas semanas e meses. Esse tipo de conflito entre o presidente e uma indústria começou depois que Trump determinou ao Departamento de Segurança Interna e à Agência de Gerenciamento de Emergências Federais que usem da autoridade para comprar o número “apropriado” de máscaras N95 da 3M.
As máscaras N95 são as que mais protegem contra infecções do coronavírus. Autoridades dos EUA têm dito que elas estão em falta.