Fonte: Fao
As mulheres rurais são responsáveis por mais da metade da produção de alimentos e também desempenham um importante papel na preservação da biodiversidade e garantem a soberania e a segurança alimentar a partir de uma produção de alimentos saudáveis.
Por outro lado, estudos da FAO apontam que muitas dessas mulheres vivem em situação de desigualdade social, política e econômica, além de contarem com a titularidade de apenas 30% das terras, 10% dos créditos e 5% da assistência técnica.
Segundo a recente publicação O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2017 (SOFI na sigla em inglês), a brecha de gênero na insegurança alimentar é superior na África (1,5%), seguida pela América Latina (0,7%) e Ásia (0,6%).
A pesquisa também revelou menor diferença entre homens e mulheres na América do Norte e na Europa – 0,1%, enquanto que na escala mundial, os dados mostram uma diferença de um pouco mais de 0,5%; no mundo, 7,3% dos homens sofrem de insegurança alimentar e 7,9% as mulheres.
“As mulheres rurais representam um importante papel na segurança alimentar mundial. Por isso é necessário que os governos adotem políticas públicas específicas voltadas para o empoderamento das produtoras rurais com objetivo de fortalecer a produção, o acesso aos mercados e o direito a assistência técnica”, disse o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.
Agenda 2030
Aprovados em 2015 pelos países que integram as Nações Unidas, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) apresentam 17 objetivos e mais de 200 metas. O ODS 5 trata especificamente da questão de gênero. No entanto, o foco na igualdade de gênero e no empoderamento das mulheres estão presentes em todos os ODS.
“A igualdade de gênero é um fundamento necessário para que tenhamos um mundo justo, pacífico, próspero e sustentável, mas também é, acima de tudo, um direito humano fundamental. O empoderamento das mulheres representa um importante multiplicador de bem-estar e um pré-requisito para o desenvolvimento sustentável”, ressaltou Bojanic.
Desafios
As mulheres rurais têm menos acesso do que os homens aos recursos produtivos, serviços e oportunidades, como terra, gado, serviços financeiros e educação. Diante desse quadro, governos e os diversos atores que lidam com a questão devem promover ações eficazes para reverter essa situação.
Fornecer às mulheres melhores oportunidades de produzir culturas para a comercialização, trabalho assalariado em uma agroindústria ou realizar outras atividades remuneradas no setor rural é essencial para aumentar o poder de barganha no lar e legitimar o controle sobre os recursos materiais básicos, como terra e crédito.
“A igualdade de gênero é fundamental para o mandato da FAO. Sem a igualdade de gênero e o empoderamento econômico, social e político das mulheres rurais, a segurança alimentar não será alcançada”, enfatizou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.