Lapa: Secretaria estadual do Trabalho (SETRE) fala sobre direitos do negro no mercado e na sociedade

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“Essa história que contei para  dizer que vocês podem, vocês são capazes, digam isso todos os dias”

Em um evento de entrega dos Certificados do Qualifica Bahia, na última terça-feira(14), em Bom Jesus da Lapa, a Secretária estadual Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Olívia Santana, em seu discurso, contou um pouco da sua história, dos desafios enquanto negra e filha de mulher negra  na luta pela conquista do espaço de poder, e destacou a importância de cada aluno que iria receber o diploma se reconhecer e não baixar a cabeça diante dos preconceitos. “Vocês tenham dignidade e assumam o seu lugar, a sua condição, tenham orgulho e não deixe te botar para baixo porque você é negro ou negra. Temos que ter consciência da nossa força e exigir respeito. Nossa sociedade é culturalmente racista. Considera que as mulheres negras são somente para ser domésticas, e o homem negro para carregar cimento. Ou seja, para os preconceituosos, os negros são para trabalho braçal”, falou.

Ela destacou que o racismo é sutil e não deixa os negros assumir o espaço de poder. “A mulher negra entra no espaço de poder para lavar, para passar, para limpar, para servir o cafezinho e se retirar da cena do poder. E nós, as poucas que estão na cena do poder, com a caneta  na mão, temos que fazer as políticas que interessam à transformação da vida das pessoas. Os negros  são maioria desse país, 50,7% da população brasileira. É estranho que a sociedade não se indigne. A gente tem que se indignar”, falou.

Citou Paulo Freire, afirmando que “a gente não deve perder a capacidade do espanto, não pode achar que é normal não ter mulheres nos espaços de poder, não ter negro no espaço de poder. O poder tem que ser exercido por todos, todas as representações da sociedade. Nós precisamos ter acesso ao  poder, para  mostrar que somos capazes de fazer muto mais, é isso que a gente precisa. Nós não queremos nem mais e nem menos, nós queremos igualdade”. disse.

Citou também Martin Luther. “O que me preocupa não é o grito dos violentos, o que me preocupa é o silêncio dos bons. Nunca silencie diante das desigualdades, das iniquidades, das injustiças, sempre se levantem e assumam atitude política diante da vida. Vocês podem, vocês são capazes, digam isso todo dia para vocês. Não baixem a cabeça para o racismo”, finalizou.