‘Jejum para conhecer Jesus’: ‘culto da fome’ incentivado por pastor deixa 58 mortos no Quênia

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A polícia do Quênia exumou 58 corpos e busca por outros 112 desaparecidos perto da cidade costeira de Malindi. A investigação teve início no começo deste mês, quando as autoridades receberam a denúncia de que havia uma possível “vala comum” na região. De acordo com os oficiais, eles teriam morrido de fome para “encontrar Jesus”.

Ainda segundo a polícia, o pastor Paul Makenzie Nthenge teria dito aos seguidores que eles deveriam realizar o jejum com este propósito. Ele foi preso no dia 15 de abril. Em março, o líder da Igreja Internacional da Boa Nova já havia sido detido e indiciado, mas pagou uma fiança de 100 mil xelins quenianos (R$ 3,7 mil) e foi liberado.

Na ocasião, duas crianças da seita foram encontradas mortas. Agora, o número de vítimas ainda pode aumentar, já que, de acordo com a Cruz Vermelha do Quênia, ao menos 112 pessoas foram dadas como desaparecidas. Muitos adeptos da igreja ainda estão escondidos em uma área de mata para fazer o jejum.

As covas rasas onde os corpos foram encontrados estavam na floresta de Shakahola. Neste domingo, uma mulher foi resgatada e levada ao hospital pelas autoridades. Ela sentia fraqueza e se recusava a ingerir alimentos. Além disso, outros 11 fiéis — sete homens e quatro mulheres, entre 17 e 49 anos — foram hospitalizados na semana passada.

Uma fonte policial afirmou que o pastor iniciou uma greve de fome e que tem “orado e jejuado” enquanto permanece preso. Segundo a imprensa local, seis seguidores de Nthenge também foram detidos. Em relatório, a polícia indicou ter recebido informações de que as pessoas morreram de fome “com o pretexto de conhecer Jesus” após o religioso ter feito uma “lavagem cerebral”.