O total de áreas sob alerta desmatamento na Amazônia apresentou uma queda de 33,6% no 1° semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022. Os dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente nesta quinta-feira (6) foram coletados pelo sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Mato Grosso foi o Estado que registrou o maior aumento de desmate no período, com um total de 905 km².
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, José Paulo Capobianco, apontou que no que se refere aos Estados, houve uma queda significativa no Amazonas, com 55,2% no primeiro semestre.
“Neste Estado houve uma concentração muito grande de ações do Ibama. Parcialmente isso ajuda a explicar essa redução”, disse Capobianco.
Amazonas era uma das unidades da federação que apresentavam altos índices de desmatamento e que conseguiram reverter a tendência.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez um resumo do quadro neste primeiro semestre.
“(Verificamos) tendência de queda consistente do desmatamento na Amazonia, e tivemos elevação no Cerrado”, comentou a ministra. Ela disse ainda que já é possível observar, em alguns estados, tendência de queda do desmate no Cerrado.
Na Amazônia, analisando apenas os dados de junho, houve queda de 41% comparação entre os meses passados e o mesmo mês em 2022.
Os alertas do Inpe são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
Já no Cerrado, o aumento das áreas sob alerta de desmatamento no bioma foi de 21% no primeiro semestre deste ano em comparação com o primeiro semestre de 2022. Ao todo, 26 municípios concentram cerca de 50% dos alertas nesse período. A Bahia é o estado com recorde de municípios que registraram alertas (10), seguida por Tocantins (5), Maranhão (5) e Piauí (4).
A análise mensal mostra que, em junho deste ano em comparação com o mesmo mês nos anos anteriores, houve uma queda de 14,6%.
O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais.
De acordo com o último relatório do Prodes, divulgado em novembro de 2022, a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022.
O índice representa uma queda de 11% do total da área desmatada entre a última temporada (agosto de 2020 – julho de 2021). Na edição anterior, o número foi de 13.038 km², maior número desde 2006.