″Nossos parceiros têm demonstrado que os escândalos devem ser traduzidos em quantos hospitais, quantas escolas, ou o custo de uma intervenção social, como o Bolsa Família, no Brasil, são afetados quando existem tantas estruturas que permitem os fluxos financeiros ilegais. O problema é que há uma posição padrão no sistema financeiro que permite a manutenção do sigilo e não há limites em relação aos montantes que circulam sob esse regime
A Coalizão pela Transparência Financeira, rede internacional de mobilização contra a circulação ilegal de dinheiro, foi criada em 2009 sob a perspectiva de que o tema dos fluxos financeiros ilícitos entre vários países não deve envolver apenas as autoridades da área criminal.
Para o grupo de entidades da sociedade civil, órgãos governamentais e especialistas de 51 países, quando valores saem ilegalmente de um país e transitam por paraísos fiscais, ocorrem prejuízos à arrecadação tributária local e, consequentemente, aos investimentos em saúde, educação e outras áreas sociais.
A rede global com cerca de 150 integrantes escolheu o croata Sargon Nissan como seu mais alto dirigente no fim do ano passado.
Segundo Nissan, é preciso fiscalizar as estruturas financeiras criadas por multinacionais, já que, muitas vezes, elas mostram linhas tênues quanto ao que deve ser entendido como planejamento tributário, lícito, e como evasão fiscal, ato que ilegalmente afeta os cofres públicos.