CGU e Polícia Federal investigam venda de emendas parlamentares

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Foto: Divulgação / Codevasf

A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) investigam um esquema de venda de emendas parlamentares, em que deputados e senadores destinariam dinheiro público do Orçamento a prefeituras em troca de um porcentual.

A informação foi dada pelo ministro da CGU, Wagner Rosário, em audiência na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (7). Rosário disse “não ter dúvida” de que há corrupção na compra de tratores pelo governo via orçamento secreto, caso revelado pelo jornal Estadão e que ficou conhecido como “tratoraço”.

“Sobre vendas de emendas, estamos investigando vários casos porque já fazemos esse trabalho em convênios em geral. Porque não é só trator, tem várias outras coisas acontecendo fruto de convênios no Brasil em diversos outros órgãos e estamos com trabalho bastante forte nisso, em parceria com a PF, e todos nós vamos ficar sabendo no dia da deflagração de operação e também no desencadeamento dos trabalhos”, afirmou o chefe da CGU.

Coforme informações apuradas pelo diário paulista, uma das suspeitas dos investigadores é de que parlamentares cobram de 10% a 20% sobre o valor da emenda em troca da indicação de recursos para uma determinada prefeitura.

Durante audiência, o deputado baiano Jorge Solla (PT) afirmou que a prática é conhecida no Congresso.

“Nós temos recebido muitas denúncias de vendas de supostas emendas de relator, com pagamento antecipado de comissão em dinheiro. Chegamos a uma situação em que o volume de dinheiro é tão grande, que, para além de atender aos interesses da base do governo em votações, está se transformando em um mercado persa”, afirmou.

Em maio o Estadão apontou que R$ 181 milhões foram destinadas desta maneira. “Não temos dúvidas de que vai existir corrupção na ponta, agora o nosso trabalho tem que ser bastante cauteloso”, disse o ministro. (Bahia.ba)