Mais de 50 pessoas vivem em cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de SP. O chão está forrado de penas pretas na área em que dois urubus disputam a carcaça de um cachorro morto. A cena é a recepção para quem chega ao que cerca de 50 pessoas chamam de casa: o cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo.
Quem anda pela avenida central do local, administrado pela Prefeitura de São Paulo, tem o desafio de controlar os enjoos provocados pelo cheiro de animais em decomposição. Ossos de aves se estilhaçam sob os pés conforme o caminhar do visitante. O ar de abandono é inegável ao longo dos 350 mil m² do cemitério, o segundo maior de São Paulo, com 21 mil sepulturas e gavetas, parte delas encobertas por um matagal que atinge a altura da cintura de um adulto. Bacharel em Direito com paralisia cerebral vende água na praia em busca de sonho: ‘Me sentia humilhado; hoje, tenho orgulho’O esperado silêncio do local é quebrado cerca de 500 metros após a entrada.