O traficante guanambiense Caio Vinícius Fogaça das Neves, 38 anos, foi entregue pelas autoridades bolivianas à Polícia Militar, na manhã desta terça-feira, 06 de fevereiro. Ele foi preso na cidade de Santa Cruz de la Sierra, e é acusado de assassinatos e de ligação com o tráfico de droga. Já fugiu de duas prisões no Brasil.
Uma força-tarefa foi montada para que o brasileiro fosse entregue. Ao chegar na área de fronteira, ele passou pelo setor de Imigração da Bolívia e, logo, em seguida, foi entregue para os policiais militares na linha internacional. Ele foi levado para Corumbá, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Caio Vinícius Fogaça das Neves foi capturado por policiais durante operação realizada no dia 02 de fevereiro, em Santa Cruz de la Sierra. Ele estava andando pela área do “terceiro anillo”, entre as regiões da Alemanha e a Mutualista. Ao ser abordado, ele apresentou identidade falsa e teve contradições, por isso foi imediatamente detido para saber seu nome verdadeiro, que foi fornecido pela polícia brasileira.
De acordo com informações da Polícia Boliviana, Caio Vinícius Fogaça, escapou de duas prisões e, em 19 de janeiro de 2024, em Mato Grosso do Sul, escapou de uma operação policial deixando para trás drogas no valor de 700 mil reais (US$ 140.380,71), sua esposa e uma filha pequena.
A casa onde Caio morava com a esposa e a filha de sete meses foi alvo de ação do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros) na noite do dia 17 deste mês. Na ocasião, o homem viu a equipe policial pela câmera de segurança do imóvel, que fica na rua Pindaré, Jardim Colúmbia, em Campo Grande, e fugiu.
Os policiais foram atendidos pela esposa do traficante, Naiara dos Santos Silva, 24 anos. Na ocasião foi feita busca na casa e encontrados R$ 700 mil em cocaína, além de uma prensa mecânica. A jovem contou que tudo era do marido e ficava em um cômodo onde ela não teria acesso. Ela acabou sendo presa e a bebê levada pelo Conselho Tutelar.
Ficha
Fogaça figurou por diversas vezes no noticiário policial da Bahia em uma época marcada pela violência na disputa pelo tráfico de drogas, entre 2015 e 2017. Ele faz parte de uma facção criminosa liderada por Aldo Berto Castro, conhecido como Delton, e é suspeito de praticar crimes com requintes de crueldade, além do tráfico de drogas. Caio foi protagonista de duas fugas de presídio.
Em maio de 2017, simulou estar passando mal, foi levado ao Hospital Geral de Vitória da Conquista, onde aproveitou um descuido para fugir da prisão pela segunda vez. Somente em junho de 2018, ele foi encontrado na cidade de Ponta Porã.
Em 2018, o coordenador da 22ª Coorpin (Coordenadoria de Polícia do Interior), delegado Clécio Magalhães, informou que Caio tinha três mandados de prisão em aberto somente naquela época. “Ele [Caio] é considerado um homem de alta periculosidade, sendo responsável por vários homicídios ocorridos no período de seis meses, em Guanambi. As investigações apontaram que os crimes foram motivados pelo tráfico de drogas”, disse Clécio.