A defesa pelos rios da região do Corrente, provocou forte tensão na manhã desta quinta-feira (02), feriado de Finados em Correntina. De acordo com os organizadores, mais de mil pessoas protestaram ocupando duas fazendas, responsáveis por grande exploração das águas do Rio Correntina, o que tem causado forte impacto ambiental, levando a morte de várias nascentes e de pequenos rios.
A ocupação ocorreu em propriedades do Grupo IGARASHI. As Fazendas Igarashi e Curitiba, foram os alvos dos protestos. A empresa ainda não divulgou nota à imprensa sobre eventuais prejuízos.
Diversas representações da população de Correntina participam do movimento ambientalista.
A Polícia Militar, CIPE:Cerrado, foi acionada para acompanhar a manifestação.
As fazendas possuem pivôs, equipamentos que permitem o cultivo de lavouras irrigadas, tiram água em excesso dos mananciais da região.
De acordo com informações repassadas, a Fazenda Igarashi detém outorga de água (autorização para explorar) para irrigar uma área de 2.530 hectares com o volume de 180.203 metros cúbicos/dia. A autorização é de 32 pivôs de água superficial (retirada diretamente do Rio Arrojado).
Essa mobilização é fruto de várias ações que a comunidade local tem realizado nos últimos anos no município em defesa do Cerrado, levando às ruas milhares de pessoas que cobram maior acompanhamento dos órgãos ambientais , com fiscalização e ações em defesa das águas.
As representações questionam a forma que as liberações de outorgas tem sido feitas, sem discutir com a população, e sem nenhum tipo de estudo sério sobre a situação da região, que é berço das águas de um dos principais rios do Brasil, o Rio São Francisco.
Afirmam que o “bioma acumulou 1,9 milhão de hectares desmatados entre agosto de 2013 e julho de 2015, o equivalente a 1,7% da vegetação nativa remanescente. Apenas em 2015, uma área de 9.483 km² do Cerrado brasileiro foi devastada. Em um momento em que os olhos do mundo estão voltados para a Amazônia por conta de ações desastrosas do governo de Michel Temer, é urgente falarmos sobre o Cerrado e a sua proteção nessa região, as coisas por aqui estão a todo vapor. Temos que discutir qual é a consequência disso, não dá para falar só da economia e do lucro sem pensar nas pessoas, no futuro do nosso povo”, alertam.
“Nos só queremos o nosso rio. Ninguem vai morrer de sede.” Desabafa uma moradora.
Protesto: