Quase um ano após o encerramento das eleições municipais e às vésperas das eleições para presidente ou presidenta, governadores e governadoras, deputados e deputadas e senadores e senadoras. Fizemos questão de citar os dois sexos como ocupantes das vagas ao pleito.
Por que não elegemos nenhuma mulher para ocupar uma cadeira na Câmara de Vereadores (e vereadoras)?
O assunto é tema de pesquisa na disciplina Políticas Públicas do curso de pós-graduação em Gestão Pública da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, da servidora pública Thaline Campolina, da cidade de Carinhanha, no Oeste do estado, que também é Controladora Interna do Município e foi candidata a vereadora pelo PSB nas últimas eleições no município. Ela obteve 306 votos e foi a mulher mais bem votada da sua coligação e a segunda melhor colocada no pleito entre as mulheres. Mesmo assim não conseguiu a vaga no Legislativo carinhanhense. Nem ela, nem nenhuma outra mulher.
O questionamento pode ser a realidade de várias cidades. Segundo dados do TSE, mais de 900 cidades do país não tem nenhuma mulher na Câmara Municipal. A Proporção de mulheres eleitas aumentou em comparação com 2016, mas ainda há sub-representação, se considerarmos que no país, 52,5% dos eleitores são mulheres.
O levantamento está em curso e o relatório da investigação será apresentado na Universidade. Estão sendo coletadas opiniões da população adulta, que pode dar a sua posição sobre o tema.
Diferente do Legislativo, que não tem mulheres representadas na Câmara, a cidade de Carinhanha tem à frente da prefeitura uma mulher, Francisca Alves Ribeiro, Chica do PT, que foi eleita em 2020 para o cargo de prefeita pela terceira vez no município de pouco mais de 30 mil habitantes.
Thaline Campolina, formada pela primeira escola de políticos do Brasil, o RenovaBR, iniciativa que forma novas lideranças e busca a renovação política, menciona que “acredita que uma política renovada e com o envolvimento de jovens e mulheres é fundamental para o processo democrático e para mudança da realidade”.
A nível nacional, a bancada feminina no Congresso, cobra reformas na legislação eleitoral e a fiscalização do cumprimento da regra que estabelece percentual mínimo obrigatório de 30% para o registro de candidaturas femininas nas eleições.
Outra proposta é melhorar a participação feminina no Poder Legislativo. Uma das propostas é a reserva de vagas para as mulheres no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores.
Enquanto isso não acontece, muitas cidades não conseguem colocar nas suas Câmaras de Vereadores (e vereadoras) legitimas representantes do povo. O caminho é longo e a discussão também.
“É necessário que os políticos, os partidos e o Estado se comprometam com uma agenda mais igualitária. Somos mais de 52% da população, sem a nossa participação efetiva, não existe políticas públicas”, conclui Thaline Campolina.
Contatos da pesquisadora:
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Celular: (77)99967-8253