Ato realizado em Carinhanha denuncia crime da Vale em Brumadinho e alerta para a contaminação do rio São Francisco 

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Credito da foto: MAB

A manhã desta sexta-feira(22), foi  marcada por solidariedade e luta na cidade de Carinhanha. Faltando dois dias para  completar um mês do crime da Vale em Brumadinho (MG), o maior massacre social e ambiental do país, mais de 500 pessoas participaram do   “Ato em Solidariedade às Vítimas de Brumadinho e em Defesa do Rio São Francisco”. Saindo em frente à Câmara de Vereadores, por volta das 07h00. Em seguida, percorreu as principais ruas da cidade e encerrou na Praça do Caís.

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Credito da foto: MAB

De acordo Andreia Neiva, que faz parte da Coordenação Nacional do MAB, o Ato em Carinhanha foi muito importante, porque reuniu trabalhadores, estudantes e as organizações sociais do município, para debater o tema, já que  Carinhanha é uma das primeiras cidade da Bahia a receber o Rio São Francisco. “Como a gente compreende, que se o afluente estiver contaminado, chegará ao rio São Francisco. A gente só não sabe a intensidade, mais vai chegar”, disse.

Ela destacou, que as mobilizações são importantes, para fortalecer o debate, e construir encaminhamentos concretos para minimizar os impactos, e alertas para proposições futuras, para que não mais aconteça esse tipo de tragédia. “Porque tem outras barragens que poderão se romper, e aumentar ainda mais a destruição na Bacia do Rio São Francisco e em outros rios do Brasil”, e frisou: “essa luta não se resolve só em um ato de rua, ou em uma caminhada, mais é o início. Um debate que está sendo feito, envolvendo toda comunidade, que precisa assumir ainda mais o sentimento de pertencimento do rio São Francisco. Não tem como entender a forma que se pensa a forma de se produzir minério no Brasil, se não for debatendo, e mostrando que esse modelo não viável”, finalizou.

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Credito da foto: MAB

O ato em Carinhanha foi organizado e articulado  pela Brigada Popular em Defesa do Rio São Francisco,   composta pelo Movimento dos Atingido por Barragens(MAB), do Movimento Popular pela   Soberania na Mineração(MAN), do Levante Popular da Juventude, da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e das organizações sociais e representações políticas do município.  E teve  como objetivo denunciar o crime da Vale e suas consequências para o Rio São Francisco, cujas águas podem ser contaminadas por cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos derramados com o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. Que de acordo o Movimento dos Atingidos por Barragem(MAB), a contaminação no Velho Chico virá dos metais pesados contidos na lama, que não ficarão alojados na hidrelétrica de Três Marias, podendo causar danos à saúde da população que depende do rio.

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Credito da foto: MAB

Além disso, o ato prestou  solidariedade às vítimas do crime – até esta quinta-feira(21), 176 mortes foram confirmadas, mas esse número pode chegar a mais de 300 vítimas – sendo pelo menos sete delas baianas – já que 134 pessoas ainda estão desaparecidas ou sem contato.

O Ato em Carinhanha faz parte de um  calendário nacional de mobilizações – onde todos os estados brasileiros também farão ações de denúncia e solidariedade no dia 25 de fevereiro, que acontece também em Bom Jesus da Lapa e em vários município da Bahia.

Ato em Solidariedade às Vítimas de Brumadinho e em Defesa do Rio São Francisco 

Quando e onde: 25 de fevereiro nos seguintes municípios:

-Bom Jesus da Lapa – 8h na Barrinha

-Salvador – 10h na Praça Campo da Pólvora

-Juazeiro – 8h na Praça Dedé Caxias

-Barra – 8h na rampa do Mercado Central

-Paulo Afonso – 7h30 na Praça dos Aposentados

-Caetité – 8h30  na Câmara de Vereadores

-Guanambi – 10h30  na Paróquia Santo Antônio