Rio São Francisco. CPT faz alerta: “estudos oficiais são contrários a realidade do povo”

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Veja o vídeo onde o representante da CPT narra a situação.

Pesquisadores independentes e representações de comunidades ribeirinhas, alertam que ao contrário do que muitos dados oficiais e representantes dos grandes empreendimentos falam, o rio São Francisco vive uma crise hídrica, situação que tem se configurando em função dos grandes empreendimentos nos principais pontos responsáveis pelas recargas dos rios que abastecem o velho Chico.

“Nunca tinha visto o rio em uma situação dessa, aquelas pedras ali, não apareciam nesse período. Nunca tinha visto tanta parte fora d’água”, afirma um pescador da Barrinha.

No II Seminário de Orientação Funcional promovido pela Corregedoria Geral do Ministério Público da Bahia –MP/BA, em Bom Jesus da Lapa, nos dias 1 e 2 de junho, Samuel Brito, representante da Comissão Pastoral da Terra-CPT, chamou a atenção das autoridades para a situação ambiental que é apresentada, onde dados oficiais dizem uma coisa, no entanto os povos vivem nas áreas atingidas sentem outra. “A realidade extrapola esses dados oficiais. […]Nós temos visto aqui no oeste da Bahia, na bacia do são Francisco uma situação que é a seguinte: primeiro se faz depois se licencia, e depois constrói o processo da outorga; então é um processo extremamente contraditório”.

“A gente pode passar caminhando, é assustador​ o que vivemos hoje”.

O representante da CPT lembra que a empresa que fez o Plano Bacia do Rio São Francisco coloca uma conjuntura ambiental positiva que não corresponde com o atual quadro hídrico, dizendo que “a realidade do São Francisco é uma realidade estável, o São Francisco não está perturbado…, dizem que não tem essa degradação que a gente visualiza cotidianamente aqui na Bacia”.

Samuel Brito continua a alertar sobre a situação estudo técnico X a realidade. “A gente vive aqui essa dificuldade de lidar com essa situação, vem um é diz uma coisa; mas na prática a gente vê outra”.