Quem tem um animal de estimação sabe o quanto a companhia, o contato físico e a atenção recíproca fazem bem para a vida. Cada vez mais estudos comprovam os benefícios de atividades e terapias assistidas por animais para promover bem-estar e facilitar tratamentos de saúde.
Por meio do tato e da interação com o humano, geram vantagens físicas, emocionais e aceleram processos de recuperação. Estudos já mostraram resultados da chamada pet terapia em casos de demência, acidente vascular cerebral e em crianças com autismo.
A técnica deve fazer parte de uma abordagem interdisciplinar, não sendo o único agente transformador. “É um tratamento complementar, e isso não é só com a psicologia, mas também na fisioterapia. Animais dentro de um consultório tendo interação com os pacientes desencadeiam um monte de neurotransmissores e hormônios maravilhosos: endorfina, dopamina, ocitocina”, explica a psicóloga Karina Schutz.
Ela é fundadora do Pet Terapeuta, organização de Porto Alegre (RS) que leva animais para casas de permanência de idosos, hospitais e outros espaços onde os bichos podem ser benéficos. Em outubro, a reportagem acompanhou a visita das cadelas Maria e Valentina à casa para idosos Casa Ondina Lobo, na zona sul de São Paulo, em uma ação promovida pela Bayer.
“Alguns idosos são resistentes a fazer exercício, por exemplo. Com o animal, eles deitam, levantam, se movimentam naturalmente. A adesão é mais fácil com o pet”, conta Mariana Yamagushi, gerente da Casa Ondina Lobo. “É mais fácil tirar o idoso de dentro do quarto para participar da atividade porque terá um bichinho para ele fazer carinho”, complementa Karina.
Um estudo feito em uma casa de repouso em Vila Velha (ES) observou melhor controle dos níveis de pressão arterial dos idosos que tiveram contato com os pets após quatro meses de intervenção. “Quando as pessoas interagem com os animais, falando com eles, acariciando ou manuseando, há diminuição da frequência cardíaca e pressão arterial”, dizem os pesquisadores.
“Eu passei a mãozinha nele e já recebi sua energia. O cachorrinho emite uma energia que muita gente não sabe”, disse Antônio Tomás, de 104 anos, o mais velho morador da Ondina Lobo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.