XP cancela pesquisa com vantagem de Lula após pressão de aliados de Bolsonaro

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Via Bahia.ba

Reprodução

A XP Investimentos cancelou a divulgação da pesquisa do Instituto Ipespe, que vinha sendo publicado semanalmente, após ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O levantamento, que seria publicado nesta sexta-feira (10), chegou a ser registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sábado (4), sob o número BR-06295/2022. Nesta quarta (8), o registro foi retirado do site por determinação da própria corretora.

De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, no Jornal Folha de S.Paulo, a pressão sobre a XP explodiu na semana passada, após o instituto mostrar que 35% dos eleitores consideram que a honestidade é um atributo de Lula, contra 30% que dizem o mesmo sobre Bolsonaro. Na mesma pesquisa, Lula aparecia com 45%, contra 34% do atual presidente da República.

Aliados do presidente passaram então a aumentar os ataques a XP. Um deles foi o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do chefe do Executivo, que ironizou os resultados nas redes sociais.

Entre outras lideranças políticas e ministros do governo federal, a XP também sofreu com críticas de clientes ligados ao agronegócio. Ainda segundo a coluna, representantes do agro fecharam contas e retiraram investimentos da corretora.

A XP tomou então a decisão de transferir o contrato do Ipespe para uma outra empresa do grupo, menos visada, a Infomoney, que registrou no TSE a pesquisa que seria divulgada nesta semana.

Para contornar as pressões, a XP anunciou que a periodicidade da divulgação, que tinha passado de quinzenal para semanal em maio, será a partir de agora mensal.

“A realização das pesquisas terá periodicidade mensal, com número de entrevistas ampliado em relação às realizadas nos levantamentos anteriores, oferecendo dessa maneira uma ferramenta ainda mais ampla para que os investidores compreendam o cenário eleitoral e seus impactos no mercado. As próximas pesquisas registradas no Tribunal Superior Eleitoral já estarão adequadas ao novo formato”, informou o instituto à reportagem da Folha.