Ucrânia propõe adotar neutralidade, e Rússia diz que vai “reduzir radicalmente” ataques a Kiev

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A guerra na Ucrânia começou em 24 de fevereiro Foto: Reprodução

As tropas russas vão recuar e “reduzir radicalmente” os ataques a Kiev e Chernihiv, na Ucrânia, anunciou nesta terça-feira (29) o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin.

“No sentido de fortalecer a confiança mútua e criar condições necessárias para negociações futuras e alcançar o objetivo final de assinar um acordo, tomamos a decisão de reduzir radicalmente e por uma ampla margem as atividades militares nas direções de Kiev e Chernihiv”, declarou Fomin.

O anúncio foi feito após uma nova rodada de negociações entre os dois países realizada em Istambul, na Turquia, para tentar colocar fim a mais de um mês de ataques russos ao território ucraniano.

No encontro, a Ucrânia propôs adotar a neutralidade, informaram membros da delegação na saída da reunião. O status neutro significa que o país não pode fazer parte de alianças militares, como a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), nem hospedar bases militares em seu território.

Em troca, Kiev pediu garantias de segurança, disseram negociadores ucranianos. As propostas também incluiriam um período de consulta de 15 anos sobre o status da Crimeia anexada e poderiam entrar em vigor apenas no caso de um cessar-fogo completo.

Em Istambul, as delegações dos dois países debateram nesta terça sobre os dois principais pontos impostos pelos ucranianos: garantias de segurança e a organização de um cessar-fogo por questões humanitárias.

Os negociadores foram recebidos pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que pediu o fim imediato da guerra. Na semana passada, as conversas entre os dois países terminaram travadas nos principais pontos. No domingo (27), porém, o presidente ucraniano disse que seu país estava “pronto” para a neutralidade.

“As conversas que acontecem agora focam em questões importantes. Uma delas são as garantias internacionais de segurança para a Ucrânia e a segunda é o cessar-fogo para que possamos resolver problemas humanitários que se acumularam no país”, disse o conselheiro político do governo da Ucrânia Mykhailo Podolyak. “Com esse acordo, seremos capazes de dar um fim à guerra”, ressaltou.