Geraldo JoséAs riquezas culturais, históricas e naturais do Rio São Francisco serão inventariadas e imortalizadas através da arte. Isso porque um grupo de alunos e professores do programa de pós-graduação em Antropologia Social, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), iniciou um trabalho de levantamento desses aspectos do Velho Chico através do olhar dos moradores das cidades alagoanas de Piranhas e Penedo, banhadas pelo chamado rio da integração nacional.
O resultado final será a realização de um filme. É o que informa o professor da Ufal e coordenador da pesquisa sobre patrimônio cultural e memória do São Francisco, Rafael Rodrigues, do campus Santana do Ipanema. “No momento estamos fechando as atividades na cidade de Piranhas. Inicialmente, identificamos alguns moradores que têm suas histórias de vida ligadas ao rio São Francisco, a exemplo de comerciantes, ribeirinhos e pescadores que hoje vivem do aluguel de pequenas embarcações para o turismo na região”, explica Rafael.
Encerrada essa etapa, será a vez da realização de oficinas com a comunidade, saindo da parte teórica para a prática. A ideia é levar esta metodologia para as escolas para, junto com os alunos e professores, identificar elementos culturais associados ao rio. “Estamos esperando o final do recesso das atividades escolares para realizarmos essas oficinas nas escolas públicas locais. Na oportunidade, vamos utilizar como base o Inventário Nacional de Referências Culturais [INRC]”, completa ele.
O INRC é uma metodologia desenvolvida pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para auxiliar na identificação de elementos históricos e culturais que compõem o patrimônio cultural brasileiro. A terceira fase, que é a seleção de personagens em Penedo, contará com o apoio da professora Auceia Matos, dos cursos de Biologia e Engenharia de Pesca da Ufal, campus Penedo.
“Queremos transformar as demandas dessas comunidades num filme etnográfico sobre a importância do São Francisco para as dinâmicas culturais dos moradores. Quando conversamos com os ribeirinhos, sentimos esse desejo deles em falar sobre a importância do Velho Chico em suas vidas”, afirma Rodrigues.