Recebi ameaças até de igrejas evangélicas, diz Otto Alencar, titular da CPI da Covid

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por Alexandre Santos/Bahia.ba

Senador Otto Alencar (PSD-BA) conduz escolha de presidente e vice-presidente do colegiado (Imagem: Reprodução/TV Senado)

Titular da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, o senador Otto Alencar (PSD-BA), relatou em entrevista ao portal UOL que passou a receber ameaças até de grupos evangélicos pelo seu papel no colegiado. “Foram várias mensagens [com ameaças]. De homens, de mulheres, de jovens… Inclusive, alguns desses casos eram de igrejas evangélicas”, contou ele, durante programa Baixo Clero, podcast de política do site.

Alencar citou uma mensagem enviada a partir de um número que seria da Igreja Batista Internacional Monte Sinai, em Minas Gerais. “[A mensagem era] de uma senhora, eu não tenho como publicar, era de uma agressividade, com palavras de baixo calão, coisas que não têm nenhum cabimento, até porque eu apenas iniciei a sessão preparatória para a escolha dos nomes”, lamentou (assista a partir de 5:35).

“Eram mensagens muito agressivas, ameaçadoras”, disse. O senador fazia referência à reunião que ele convocou, para a terça-feira passada (27), como sessão preparatória para decidir os nomes de presidente e vice-presidente da CPI (assista a partir de 3:33). “Eu publiquei a convocação para dia 27 [de abril] às 10h. A partir daí, foram incontáveis mensagens, tive dificuldade até de deletar porque era uma quantidade grande.”

Ele disse que as ameaças vinham “de todos os estados do Brasil, sobretudo do Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais” (assista a partir de 4:21). Aos 73 anos, Alencar convocou a sessão por ser o parlamentar mais velho entre os membros da CPI. Ele contou que algumas mensagens faziam menção inclusive ao endereço em que mora em Brasília.

Aos 73 anos, Alencar convocou a sessão por ser o parlamentar mais velho entre os membros da CPI. Ele contou que algumas mensagens faziam menção até mesmo ao endereço em que mora em Brasília.

Segundo ele, os números de origem de mensagens com ameaças foram encaminhados à Polícia Legislativa. O órgão tem como atribuições a garantia da segurança, fazendo o policiamento das áreas do Senado, e de investigação de crimes. Na quarta-feira, Alencar revelou as ameaças ao dizer que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem tentado intimidar a CPI. “O governo tem apelado de todas as formas para desestabilizar a CPI”, afirmou então o senador em entrevista à CNN Brasil.