Primeiro dia de Enem tem cerca de 50% de abstenção, diz ministro

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Por R7 ENSINA| Do R7

 

Ministro da Educação apresentou balanço do primeiro dia de realização do Enem ISAC NÓBREA/PR – 16.07.2020

O Ministério da Educação e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgaram neste domingo (17) um balanço detalhado do primeiro dia de realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), por meio de uma coletiva de imprensa, em Brasília. De acordo com o ministro Milton Ribeiro, o índice de abstenção ficou próximo a 50% por conta do avanço da pandemia do novo coronavírus.

“O agravamento da questão fez com que nós tivéssemos um número elevado de abstenções, perto, ou um pouquinho mais de 50%, mas mesmo assim o número é significativo. O adiamento iria atrasar muito a vida dos estudantes, principalmente os oriundos de escolas públicas”, disse o chefe da pasta, que responsabilizou a imprensa e o medo da pandemia pelo baixo índice de comparecimento.

“Nós tínhamos algo em 5,7 milhões de inscritos. Nesse ano, nós tivemos um número maior de abstenções, parte pela dureza da questão do medo de contaminação e em parte por um trabalho de mídia contrário ao Enem muito grande. De uma maneira meio injusta. Não foi feito o mesmo trabalho contra o vestibular da Fuvest, embora em menor proporção, claro.”

O professor Milton Ribeiro classificou como “vitoriosa” a realização das provas em meio à crise sanitária. “As coisas caminharam muito bem. Tivemos, naturalmente, algumas dificuldades e ruídos, em locais bem pontuais, que no volume todo da aplicação é muito pequeno e, por isso, eu quero registrar a minha gratidão a todos. Qualificar o Enem em meio a uma pandemia é algo vitorioso, para não atrasar mais a vida de milhões de estudantes.”

Na sequência, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, ressaltou que “não teve nenhum local de prova interditado. Reafirmamos aqui nosso compromisso de uma realização de uma prova com segurança do ponto de vista sanitário. As normas e procedimentos de segurança estabelecidos pelo Inep foram cumpridos durante a execução da prova”, afirmou Lopes.

Balanço detalhado de comparecimento

O presidente do Inep informou os números preliminares do primeiro dia de provas. Segundo o diretor, os dados foram fornecidos pelo consórcio aplicador e o órgão tem que aguardar as atas e informações de logísticas dos Correiros.

“Em relação aos inscritos para o Enem impresso, eram 5.523.029 participantes. Lembrando que nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, 96 mil pessoas farão pela primeria vez o Enem Digital. Mas, no Enem impresso foram 5.523.029 inscritos confirmados, com 2.680.697 que participaram do primeiro dia de aplicação do Enem 2020. Ausentes foram 2.442.332, representando 51,5%. Lembrando que esses dados são preliminare”, explicou o presidente do Inep.

Resumo dos números do Enem

– 58 cidades brasileiras terão realização de provas (56 municípios no Amazonas e outros dois em Rondônia);

– De acordo com o Ministério da Educação, 10.171 candidatos inscritos solicitaram reaplicação por conta de sintomas de doenças infectocontagiosas como, por exemplo, a covid-19. Do total, 8.180 foram aceitos e 1.991 negados;

– Ao todo, 2.967 estudantes foram eliminados por portar equipamentos eletrônicos ou deixaram a sala fora do horário permitido pelo edital;

– Em São Sebastião do Passe, na região metropolitana de Salvador, na Bahia, três locais de prova apresentaram falta de energia elétrica e, por isso, os candidatos vão participar da reaplicação.

Enem acumula questionamentos na Justiça

A realização do Enem em meio a pandemia do novo coronavírus gerou uma série de ações na Justiça. No sábado (16), a Justiça Federal da 3ª Região negou novo pedido da Defensoria Pública da União para adiar o exame.

De acordo com a última decisão, as informações fornecidas pelo órgão são “insuficientes” para demonstrar que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) não teria como garantir o cumprimento dos protocolos sanitários de prevenção à covid-19.

A senteção acompanhou determinações da Justiça Federal em São Paulo e do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que garantiram a realização do exame. O juiz, no entanto, não descartou a possibilidade de comprovação das informações no decorrer da realização das provas.