O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (27), em Madri, na Espanha, que não vê aumento de tensão entre o Legislativo e o Executivo por causa da disputa provocada pelo Orçamento impositivo.
A declaração de Maia ocorre dois dias depois de o site BR Político, do jornal O Estado de S. Paulo, publicar que o presidente Jair Bolsonaro compartilhou vídeos convocando a população para protestos contra o Congresso em 15 de março.
Demonstrando irritação com os questionamentos, Maia declarou que a relação entre o Congresso e o Executivo segue na normalidade. “Está tudo tranquilo”, afirmou.
Na quarta-feira (26), em suas redes sociais, o presidente da Câmara havia cobrado respeito às instituições democráticas. Sem citar o nome de Bolsonaro, Maia afirmou que criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir.
“Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir”, afirmou.
Questionado se a tensão entre o Legislativo e o Executivo aumentou por causa da disputa do Orçamento Impositivo, Maia negou. “Não tem confusão, não. Está tudo tranquilo”.
O clima entre os dois Poderes piorou depois que veio a público uma gravação vazada do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, no qual o militar se queixava da atuação dos parlamentares.
Sem saber que estava sendo gravado, o general falou em “chantagem” do Legislativo para aumentar seu controle sobre os recursos da União. “Não podemos aceitar esses caras chantageando a gente o tempo todo”, disse Heleno, na presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, e de Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.
Impeachment
O presidente da Câmara também afirmou que o PT e o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) têm o direito de apresentar pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, se assim decidirem. “O que eu posso fazer? É um direito deles”, disse.