O delegado Luiz Augusto Pessoa Nogueira, da Polícia Federal, declarou, na segunda-feira (25), que a equipe que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já tem convicções que houve prática do crime de falsidade ideológica e de uso de documento falso.
Segundo o Nogueira, que preside as investigações da PF, o inquérito que apura as duas infrações deve ser concluído na primeira quinzena do mês de abril.
— A gente já tem convicção de que houve a prática do crime de falsidade ideológica e do crime de uso de documento falso. Falsidade ideológica cometida pela empresa de auditoria externa, no caso a Tüv Süd, quando atestou a declaração de estabilidade da barragem de Brumadinho, na minha visão, de forma fraudulenta. E o uso de documento falso é justamente pela Vale que utilizou desse documento para obter as autorizações junto aos órgãos de fiscalização e controle.
A afirmação do policial foi feita durante depoimentos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que também apura o caso. Além de Nogueira, um delegado da Polícia Civil e membros do Corpo de Bombeiros foram ouvidos pelos deputados mineiros.
A CPI tem o prazo de até 180 dias para concluir os trabalhos. Na próxima quinta-feira (28), novos depoimentos devem ser colhidos na ALMG e uma audiência pública deve ser realizada em Brumadinho na semana que vem.
A reportagem procurou a Vale a Tüv Süd para comentar as declarações da Polícia Federal, mas aguarda retorno.