Polícia Federal faz operação na residência do governador do Rio de Janeiro

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Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão – um deles no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel Foto: Reprodução de TV

A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta terça-feira (26), a Operação Placebo para investigar suspeitas de desvios na área da saúde em ações de combate à pandemia de coronavírus no Rio de Janeiro. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão – um deles no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC).

A PF afirmou que Witzel e a sua esposa, Helena, são investigados. A operação foi autorizada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), responsável por ordenar ações contra governadores.

Há 15 dias, o Ministério Público do RJ comunicou a Procuradoria-Geral da República sobre citação de Witzel nas investigações. Equipes também foram mobilizadas para a casa onde Witzel morava antes de ser eleito, no Grajaú, e no escritório de advocacia do governador, que é ex-juiz federal.

Gabriell Neves e Iabas também são alvos

Outros alvos da ação desta terça são Gabriell Neves, ex-subsecretário de Saúde de Witzel preso na Operação Favorito, e o Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), organização social contratada pelo governo do RJ para a construção de sete hospitais de campanha no estado.

Equipes foram para a casa de Gabriell, no Leblon, e nos escritórios da Iabas no Centro do Rio e em São Paulo. Do R$ 1 bilhão que o governo do RJ destinou para o combate à Covid-19, R$ 836 milhões foram destinados para o Iabas.

As obras de seis das sete unidades do governo do RJ estão quase um mês atrasadas – somente o do Maracanã está operando, e uma ala foi “inaugurada” na sexta-feira. O secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry, afirmou que alguns desses hospitais podem não ser entregues. O governo Witzel já pagou um terço do valor acertado com o Iabas.

“A gente está vendo que, gradativamente, está diminuindo o número de casos. Isso faz parte da epidemia. Se a gente perceber que isso vai continuar, a gente vai deixar de construir as unidades, e o valor será devolvido para o Erário”, disse Ferry.