A Polícia Federal (PF) concluiu não haver indícios de que Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) cometeu crimes de lavagem de dinheiro e de falsidade ideológica no inquérito que investiga as negociações de imóveis feitas pelo senador e sua declaração de bens na eleição de 2018.
A previsão é a de que o relatório policial sobre o caso seja entregue à Justiça nos próximos dias.
De acordo com reportagem da Folha, o resultado apurado pela PF não está alinhado com os elementos de outro inquérito, do Ministério Público do Rio de Janeiro, o qual apura a suposta prática de “rachadinha” no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa. Neste caso, a promotoria investiga a prática de peculato, ocultação de patrimônio e organização criminosa.
Conforme o MP-RJ, Flávio teria lavado até R$ 2,3 milhões, por meio de transações imobiliárias e com sua loja de chocolates. O senador, no entanto, nega.
Embora não mirem o mesmo objeto, as investigações da Polícia Federal e do MP-RJ se encontram em relação aos imóveis do senador.
O procedimento da PF teve como base uma notícia crime feita pelo advogado Eliezer Gomes da Silva, após reportagem da Folha de janeiro de 2018, que apontava a evolução patrimonial de Jair Bolsonaro e seus filhos políticos.
O advogado apontou, na denúncia que Flávio declarou em 2014 e 2016 ser dono de um imóvel em Laranjeiras, mas atribuiu valores distintos ao mesmo bem em cada ano.
Já a investigação do Ministério Público começou após um relatório de inteligência do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ter detectado movimentação atípica de R$ 1,2 milhão, no período de um ano, nas contas de Fabrício Queiroz, funcionário do gabinete de Flávio e amigo de Jair Bolsonaro.
O MP-RJ desconfia que os valores dos imóveis registrados por Flávio em cartórios não sejam verdadeiros. Porém, na investigação da PF, não foram apontados indícios nesse sentido. Metro1