A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) se posicionou sobre as queimadas em curso na Amazônia. Em carta aberta, Paulo Hartung, presidente da entidade, afirma que as ações de desmatamento na floresta “são irresponsáveis e não representam a mentalidade de um mundo moderno, conectado com a bioeconomia, que tanto buscamos e vai custar caro ao Brasil, para o mundo e para as próximas gerações”.
A associação, que tem entre os associados empresas como Suzano, Klabin, Eldorado e Duratex, ressalta que todo papel produzido no Brasil tem origem em áreas cultivadas para esse fim. “No Brasil, temos 7,8 milhões de hectares de árvores plantadas comumente cultivadas em terras antes degradadas”, diz a Ibá, lembrando que as plantações recebem certificações de origem.
“Acreditamos no potencial de desenvolvimento da região e do seu povo com modelos econômicos sustentáveis que não dependam da alteração da cobertura florestal”, diz a carta. Segundo a Ibá, para cada 1 hectare plantado com árvores para fins industriais, outro 0,7 hectare é conservado. A entidade aponta 5,6 milhões de hectares de áreas naturais protegidas, superando o exigido pela regulamentação nacional. “Estima-se que o estoque de CO2 equivalente do segmento, incluindo área cultivada e conservada, seja de 4,2 bilhões de toneladas.”
A Ibá lembra que a indústria representada pela entidade é a quarta maior exportadora da balança comercial brasileira, e fez parte do trabalho de construção de uma atuação que alia produção com conservação. “Não podemos permitir que anos de trabalho do setor privado, da academia, de pesquisadores, de ambientalistas e de todos nós brasileiros sejam jogados fora.”
“Seria positivo se o governo abrisse canal de interlocução com quem tem amor ao nosso País e sensibilidade para a qualidade de vida das futuras gerações planetárias. Precisamos, juntos, discutir e propor soluções urgentes, sem levar o debate para o lado do partidarismo ou viés ideológico”, completa a Ibá.