O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (6) que, se o Brasil não aprovar a reforma da Previdência, voltará a ter inflação elevada.
“Outra alternativa, se o país continuar tendo déficit ano a ano, é imprimir moeda. Eu acho que, se imprimir moeda, você sabe o que vem atrás, é a inflação. Outra é pedir empréstimo lá fora. Será que querem emprestar para nós? A que taxa de juros? Não temos outra alternativa, a reforma da Previdência é o primeiro grande passo para a gente conseguir nossa liberdade econômica”, afirmou, após reunião com o ministro Paulo Guedes (Economia) e sua equipe.
O ministro minimizou a décima redução seguida das expectativas para crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) feita por economistas e instituições financeiras ouvidos no Boletim Focus. Segundo ele, se as reformas forem aprovadas, o país retoma o caminho de crescimento econômico sustentável.
“O Brasil está prisioneiro de uma armadilha de baixo crescimento, e vamos escapar disso com as reformas”, defendeu. O ministro afirmou que a reforma de Previdência abre um horizonte de até 15 anos de recuperação do crescimento.
“Na mesma hora, disparam as zonas de investimento interno, atraem também os investimentos externos. Vamos começar a simplificar e reduzir os impostos, vamos fazer a descentralização de recursos para estados e municípios, e o Brasil de julho em diante já está crescendo de novo”, ressaltou.
O governo quer uma redução de pelo menos R$ 1 trilhão em uma década com a reforma. O próprio Bolsonaro admitiu que as mudanças podem ter efeito diluído e estabeleceu um piso de R$ 800 bilhões. Mas parlamentares já calculam que o impacto nas contas deve ficar em torno de R$ 600 bilhões.
Guedes também confirmou que o governo está reavaliando o Minha Casa, Minha Vida. “É um programa que o presidente sabe da importância, só que tem 70 mil casas devolvidas, 60 mil casas não terminadas. Então é um programa que tem que passar por reavaliações”, afirmou o ministro.
“Está havendo conversas do ministério com o presidente da Caixa Econômica Federal, está recalibrando.”
Segundo ele, não houve, por parte do ministério, nenhum contingenciamento de recursos.
O Ministério do Desenvolvimento Regional afirma que o programa só tem recursos suficientes até junho. Depois, dependerá do aporte de recursos suplementares.
O orçamento atual do Minha Casa Minha Vida é de R$ 4,17 bilhões, um dos menores valores desde que o programa foi criado, em 2009. Informações da Folhapress.