O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, efetivou nesta segunda-feira (11) mudanças na pasta antes comandada por Sérgio Moro, com uma série de exonerações e nomeações publicada no Diário Oficial da União. Pelo menos dois servidores substituídos tiveram participação importante na Operação Lava-Jato no Paraná.
Mendonça trocou diretores de três áreas na Polícia Federal: a Gestão de Pessoal, na qual substituiu Delano Cerqueira Bunn por Cecília Silva Franco; a Administração e Logística Policial, com André Viana Andrade no lugar de Roberval Ré Vicalvi; e a Técnico-Científico, em que Alan de Oliveira Lopes ocupará o posto antes de Fabio Augusto da Silva Salvador.
Vicalvi e Salvador fizeram carreira na PF do Paraná, com atuação de destaque nos processos da Lava-Jato. O primeiro era o número 2 na superintendência daquele estado enquanto o segundo comandou as milhares perícias realizadas pela operação.
Eram muito próximos do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo – que os nomeou para os cargos – e, portanto, pessoas da confiança de Moro. Já Bunn era cotado para assumir cargos mais altos na PF em uma possível gestão de Alexandre Ramagem, mas o bloqueio da nomeação dele para diretor-geral da corporação mudou os planos no governo. A assessoria do Ministério da Justiça afirmou que não comentará as exonerações já que alterações na PF devem ser apuradas com a própria polícia.
Mudanças relacionadas
Na mesma edição do Diário Oficial que o exonerou, Bunn – ainda como Diretor de Gestão de Pessoal da PF – também assina portarias para três mudanças na polícia. Uma delas substituí o Chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas em Goiás. As outras tratam de cumprimento de decisões judiciais.
Já o novo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Tercio Issami Tokano, fez uma troca pontual no Maranhão, tornando sem efeito uma portaria de março que havia determinado o nome do coordenador regional da Funai (Fundação Nacional do Índio).