Reportagem do jornal o Estado de São Paulo revela que, mesmo atrasado para entrega de de 23,9 milhões testes prometidos no enfrentamento ao novo coronavírus, o Ministério da Saúde quase dobrou a meta e quer distribuir 46,2 milhões de exames durante a crise.
Até agora, porém, a pasta só enviou aos estados 2 milhões de unidades, recomendadas para aplicação em profissionais de saúde, e 524,3 mil testes do tipo RT-PCR –mais caro, rápido e preciso.
Segundo a publicação, a ideia de dobrar a meta de testes foi anunciada na segunda-feira (20), pelo novo ministro da Saúde, Nelson Teich. Ele afirmou que a medida é um pilar do projeto “que já está sendo feito” de revisão do distanciamento social. O fim das quarentenas é uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Opor-se a ideia foi um dos motivos para a demissão do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM).
“Teste em massa não significa testar a população toda. A gente vai usar teste de forma que pessoas examinadas vão refletir a população brasileira”, disse Teich em vídeo enviado pela equipe de comunicação do ministério. O ministério também ampliou a capacidade de análise de testes. Em contrato com o Grupo Dasa, a pasta espera processar 30 mil exames por dia. A Coreia do Sul realiza de 10 a 15 mil testes diários.
Outro ponto que dificulta a entrega é o atraso da Fiocruz na produção. Em boletim epidemiológico divulgado no fim de semana, o ministério afirmou que recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para testagem em massa, sem alerta para os países se equiparem, fez sumir o produto do mercado. (Bahia.ba)