Médica dança forró com paciente que se curou da Covid-19 após 94 dias internado

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A médica contou parte da trajetória de Elismário através das redes sociais (Foto: Reprodução/Instagram)

Depois de 94 dias internado, acometido pela Covid19, o marceneiro Elismário Amorim, de 54 anos, finalmente pôde voltar para casa mas, antes de sair do hospital, dançou forró com a médica Isadora Mota, com os corações cheios de esperança.

Boa parte da internação de Elismário, no Hospital Ortopédico de Goiânia, foi na área de leitos de UTI. “Eu passei por um dos momentos mais difíceis da minha vida, onde 99% do meu pulmão foi comprometido. Quero agradecer a doutora Isadora, minha família e a todos que se empenharam no hospital para me ajudar com muito carinho e dedicação”, disse o marceneiro.

Agora, o tratamento de Elismário para recuperação completa continua em casa. Ele ainda precisa de oxigênio para auxiliar na respiração.

Isadora conta que o gesto de afeto faz diferença no trabalho de recuperação dos pacientes. “O afeto faz parte da cura, faz parte da relação humana e também dessa relação entre profissional de saúde e paciente. O momento da dança com o Elismário foi algo extremamente gratificante e motiva a gente a continuar cuidando dos pacientes com muito zelo e amor”, disse a médica ao G1.

“Estamos em um momento extremamente difícil e poder cuidar com dignidade dos pacientes que estão em uma fase tão vulnerável da vida é algo que devemos continuar fazendo como um propósito de vida, que é a nossa missão”, completa Isadora.

Homenagem nas redes sociais

Isadora postou a dança em uma de suas redes sociais, com uma legenda que contava um pouco sobre a trajetória de Elismário. Leia:

“E em 24/02/2021 você chegava para caminhar um dos momentos mais difíceis da sua jornada. Dias de luta. Muita luta. Dias em que respirar não era mais tão simples assim e a gente percebe a nossa fragilidade nesse mundo.

Dias em que toda a energia era gasta em focar: inspira, expira. Inspira, expira. Inspi…E já não era mais possível respirar sem ajuda. O corpo chegou ao limite, mas a fé não. A fé jamais.

O oxigênio era baixo e a pressão arterial também abaixou e, às vezes, achamos que você ia…mas você não foi. E, então, seus olhos abriram. “Nós vamos te ajudar. Está tudo bem. Respira.”

E você respirou. E respirou. Inspirou, expirou. Inspirou, expirou. Vamos sair desse leito? Vamos sentar? Ficar de pé? Caminhar? Mas as pernas não obedeciam…

O cansaço era tremendo, mas ficar parado não era uma opção. Luta diária. E você sentou, ficou de pé e caminhou. Mas você não queria apenas caminhar. Queria dançar. Então, dançamos!

Meu querido, 94 dias se passaram até o dia de hoje. A sua luta foi imensa, mas vencemos, certo?! Você venceu a Covid-19. E nós, todos nós, profissionais da saúde que estivemos com você, nos sentimos vitoriosos. Ouvir os sinos badalando, as palmas e as vozes de alegria com a sua alta do hospital para sua casa, seu lar, no dia de hoje, foi uma benção! Nós te temos no coração e foi um privilégio poder cuidar de você.

Obrigada pela dança!”