Correio BrasilenseUm segundo laudo psiquiátrico, solicitado pela Justiça Federal, aponta que o agressor do presidente Jair Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, sofre de “Transtorno Delirante Permanente-paranoide”, e por isso tem um quadro de insanidade mental, não podendo responder por suas atitudes. As informações são da “TV Globo”.
Em outubro do ano passado, o Correio revelou que um primeiro laudo, emitido por psiquiatras contratados pela família de Adélio, apontou que ele está acometido por “distúrbios que alteram sua percepção da realidade”, como é o caso da doença mental descrita na avaliação mais recente.
Com base neste parecer, a defesa pretende solicitar que ele seja transferido a um hospital psiquiátrico. Indiciado por “atentado pessoal por inconformismo político”, ele ainda não foi julgado e segue preso em um presídio de Campo Grande.
Um terceiro laudo, desta vez psicológico, diverge da avaliação psiquiátrica. Mas ambos os resultados seguem em sigilo e não é possível saber o que causa a divergência.
Transtorno Delirante
Indivíduos acometidos por “Transtorno Delirante Permanente-paranoide” não conseguem diferenciar fatos que são reais daqueles criados por sua própria mente. No entanto, de acordo com a informações da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, podem manter sua rotina normal, mesmo acometidos pela doença. “Os indivíduos com esse transtorno mantêm relativa preservação de sua personalidade e psiquismo, apesar do surgimento e desenvolvimento de um sistema delirante. Esse sistema se apresenta de forma cristalizada em domínio da sua personalidade, não comprometendo o restante. Sua ocorrência se dá em indivíduos de idade mais avançada – geralmente após os 40 anos – e se apresenta de maneira estável e crônica”, informa a instituição.
Esse tipo de paranoia se difere da esquizofrenia, já que é caracterizado por delírios “não-bizarros”. Na esquizofrenia o individuo pode acreditar que tem contatos com seres extraterrestres ou que seus pensamentos podem ser transmitidos para outras pessoas.
No Transtorno Delirante, o paciente pode acreditar que outra pessoa está apaixonada por ela, que está sendo traído pelo parceiro ou que tem contato com uma pessoa famosa ou entidade divina. Ao ser preso, Adélio afirmou que estava agindo a mando de Deus.