‘Jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe’, diz Temer sobre impeachment

0
GrupoSCosta-350x250px

 

“Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe”, declarou o ex-presidente Michel Temer (MDB) na noite de segunda-feira (16), em entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura), ao comentar sobre o fato de ter sido chamado de “golpista” durante o processo de impeachment deflagrado em 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff. À época, Dilma encabeçava a chapa formada por Partido dos Trabalhadores e MDB eleita em 2014.

“Aliás, muito recentemente, o jornal Folha detectou um telefonema onde [sic] o ex-presidente Lula me deu, onde ele pleiteava e depois esteve comigo para trazer o PMDB para impedir o impedimento. E eu tentei, mas a esta altura, eu confesso, que a movimentação popular era tão grande e tão intensa que os partidos já estavam mais ou menos vocacionados para a ideia do impedimento”, disse o ex-presidente.

O emedebista fez referência à reportagem publicada na última semana pela Folha de S. Paulo, a qual enfraqueceu a tese do então juiz Sergio Moro e dos procuradores do Ministério Público Federal no Paraná de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria aceitado cargo de ministro da Casa Civil durante o governo Dilma para se blindar das acusações da Operação Lava Jato.

As mensagens privadas trocadas entre os procuradores mostram que Moro divulgou apenas parte dos áudios interceptados pela Polícia Federal a partir de um grampo no ex-presidente petista. À época, Moro autorizou a divulgação de uma conversa entre Lula e Dilma, esta que citava um “termo de posse” para ser utilizado em “caso de necessidade”. O então magistrado, no entanto, não poderia tê-lo feito porque o caso envolvia a presidente da República, e a competência seria exclusivamente do Supremo Tribunal Federal (STF).

A reportagem mostra que Lula ligou para Temer para tentar convencê-lo a ajudar a barrar o processo de impeachment, levando em consideração também a influência do PMDB no Congresso. Na entrevista veiculada hoje, Michel Temer reforçou que a movimentação de Lula estava atrelada ao impedimento de Dilma, e não necessariamente à blindagem de processos encampados pelo MPF.

“Depois ele [Lula] esteve comigo, no pavilhão das autoridades, conversando comigo sobre o impedimento. O fundamento básico dele foi tentar trazer o PMDB e outros partidos no sentido de negar a possibilidade de impedimento”, disse Temer.

(Com o UOL)