As hidrelétricas do Sudeste do Brasil, que concentram os maiores reservatórios do País, estão com o menor nível de armazenamento desde 2014, em meio a chuvas bastante abaixo da média histórica mesmo em um período tradicionalmente de boas precipitações.
Os lagos das usinas hídricas, principal fonte de geração de energia, encontram-se com capacidade abaixo dos piores momentos de 2001, ano em que os brasileiros enfrentaram um racionamento de eletricidade, mas analistas e o governo, por ora, descartam riscos de falta de energia em 2020.
Segundo especialistas, há um considerável parque de termelétricas a ser acionado para atender a uma demanda que não tem crescido com vigor nos últimos anos, além de uma oferta bem maior proveniente de usinas eólicas e solares que não existia no passado.
A projeção de continuidade da atual condição seca em janeiro, no entanto, deve pressionar as contas de luz, ao manter cobranças adicionais geradas pelas bandeiras tarifárias. Sem mudança no quadro hídrico, ainda, o governo poderá decidir acionar termelétricas mais caras para atender a demanda, o que também gera custos que posteriormente são repassados às tarifas.
“Não vejo riscos de suprimento. O sistema está bastante seguro, temos capacidade de geração suficiente para aguentar”, disse o consultor Ricardo Lima, sócio-diretor da Tempo Presente e ex-conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Além dos especialistas, o governo também não vê possibilidade de racionamento de energia elétrica em 2020. O Ministério de Minas e Energia disse, em nota, que “não haverá falta de energia, mesmo que haja crescimento da economia acima de 2,5%”. A afirmação da pasta foi endossada pelo presidente Jair Bolsonaro.