O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), negou, na manhã desta terça-feira (26), qualquer participação em esquema de fraudes na Saúde do Estado, alvo de investigação da PF (Polícia Federal).
Desde o início da manhã, agentes da PF cumprem mandados de busca e apreensão em vários endereços no Rio e também em São Paulo devido a suspeitas de desvios na Saúde do RJ para ações na pandemia de coronavírus.
“Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro”, afirmou o governador em nota.
O presidente Bolsonaro tem criticado Witzel – de quem foi aliado durante a campanha –, a quem chamou de “estrume” em uma reunião ministerial em 22 de abril, por conta das medidas de isolamento para conter o coronavírus.
Perguntado sobre a operação nesta terça-feira, Bolsonaro respondeu: “Parabéns à Polícia Federal. Fiquei sabendo agora pela mídia. Parabéns à Polícia Federal, tá ok?”. São 12 mandados de busca e apreensão um deles no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador.
Nesta segunda-feira (25), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, antecipou, em uma entrevista, que a Polícia Federal estava prestes a deflagrar operações contra desvios na área da saúde nos Estados.