A eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados representa o retorno do Centrão ao comando da Casa. O bloco reúne partidos de centro e centro-direita como Progressistas, PL, Republicanos, PTB, PSD, Pros, PSC, Avante e Patriotas. Atualmente, tem cerca de 200 deputados federais.
O bloco se formou durante a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987. De lá para cá, teve diferentes composições partidárias, mas sempre esteve próximo ao Poder Executivo, oferecendo apoio ao presidente da ocasião em troca de participação no governo. Apoiou, de diferentes formas e intensidades, os governos de José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.
No governo Sarney, deu votos em peso para a ampliação do mandato de presidente para cinco anos. Viabilizou na Câmara o governo Collor, eleito por um partido pequeno, e ajudou em sua queda, quando retirou seu apoio.
Participou da ampla coalização que permitiu a Itamar Franco governar. Ajudou a aprovar o Plano Real do então ministro Fernando Henrique. E, quando FHC virou presidente, o Centrão estava na base, votando, inclusive, pela emenda que aprovou a reeleição.
Com Lula na Presidência, o bloco, nascido na centro-direita, ajudou a sustentar governos de esquerda ao entrar para a base de apoio da gestão petista.
O comandante do bloco hoje, Arthur Lira, sempre fez parte do Centrão. Ao longo de 2020, o grupo entrou para a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro.