por Uirá Machado | Folhapress
Combate ao crime e à corrupção, defesa da democracia, temas ligados à economia e proteção do ambiente lideram a lista de fatores considerados muito importantes para a decisão de voto para presidente no segundo turno, mostra pesquisa Datafolha.
De acordo com o levantamento, que é o primeiro realizado após a votação do último domingo (2), 85% dos entrevistados afirmam que o combate ao crime é muito importante na hora de definir o candidato. O mesmo percentual se reproduz em relação ao combate à corrupção.
Em patamar parecido estão assuntos da área econômica, como defesa dos direitos trabalhistas (83% consideram muito importante), redução do desemprego (82%) e combate à inflação (81%).
A defesa da democracia aparece como muito importante para 82% dos entrevistados, e a proteção do ambiente, para 81%.
Realizada de quarta-feira (5) a sexta (7), a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos -o que significa que todos esses temas estão praticamente empatados em importância na lista exibida pelo Datafolha.
Logo a seguir, colado no primeiro bloco, está a defesa dos direitos de minorias, como mulheres, homossexuais, negros e pessoas com deficiência, indicada como muito importante por 79% dos entrevistados.
Mais abaixo nessa lista ficam a defesa dos valores da família tradicional (muito importante para 74%), a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 (65%) e, um último lugar, a orientação de um líder religioso (54%).
O instituto ouviu 2.884 eleitores em 179 municípios, num levantamento contratado pela Folha e pela TV Globo e registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-02012/2022.
Quando os entrevistados são divididos entre pessoas que dizem ter votado em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e em Jair Bolsonaro (PL), a importância atribuída a cada um desses fatores muda de maneira expressiva em alguns casos.
Por exemplo, a defesa dos valores da família tradicional é vista como muito importante por 88% dos eleitores que dizem ter votado no atual presidente, ao passo que por apenas 66% de quem afirma ter escolhido o petista no primeiro turno.
Disparidade semelhante ocorre em relação à orientação de um líder religioso: ela é considerada muito importante por 67% dos eleitores de Bolsonaro e por 48% dos de Lula.
Nos demais temas, os percentuais de resposta têm diferenças bem menores, chegando ao empate numérico (84%) quando se trata da defesa da democracia.