O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Rolando de Souza, já realizou ao menos duas trocas de superintendentes da corporação nos Estados desde que assumiu o cargo na última segunda-feira (04).
Para a superintendência do Rio de Janeiro foi escolhido o delegado Tácio Muzzi, que substituirá Carlos Henrique Oliveira. Nesta terça-feira (05), Oliveira foi confirmado como o novo diretor-executivo da PF, o segundo cargo mais importante da corporação.
Tácio Muzzi está na PF desde 2003 e foi superintendente interino no Estado durante cinco meses no ano passado. Na PF, ele participou de várias investigações de combate à corrupção como a operação Gladiador que prendeu o ex-chefe de Polícia Civil do RJ, Álvaro Lins.
Ele foi chefe da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros, da superintendência a crimes financeiros, e também atuou no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (diretor adjunto) e foi diretor do Depen (Departamento Penitenciário Nacional).
A superintendência do Rio está no centro das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, estaria tentando interferir politicamente na PF.
Em depoimento à Polícia Federal no último sábado (02), Moro disse que, em fevereiro, Bolsonaro afirmou, por mensagem de celular, que queria indicar um novo superintendente para a Polícia Federal no Rio de Janeiro, estado no qual o presidente construiu a carreira política.
“A mensagem tinha, mais ou menos o seguinte teor: ‘Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro’”, diz relatório sobre o depoimento do ex-ministro.
Mais uma troca de superintendentes da Polícia Federal foi informada aos servidores da PF. Em e-mail interno, o diretor de Gestão de Pessoal, delegado Delano Cerqueira Bunn, comunicou sua saída do cargo e sua sucessora: a delegada Cecília Franco.
A delegada é a atual superintendente da PF em Alagoas. É mais uma mudança em superintendências feita na nova gestão do diretor-geral Rolando de Souza. Ele foi indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro e tem o apoio de Alexandre Ramagem, que chegou a ser indicado ao posto mas teve a nomeação suspensa.