O salto de 8,09% no preço das carnes pressionou a inflação ao consumidor no mês de novembro, com uma contribuição de 0,22 ponto porcentual para a taxa de 0,51% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), item de maior pressão no mês.
“A gente tem demanda grande da China pela carne, que restringe a oferta no mercado. A situação no momento é uma demanda alta da China pela carne brasileira. Foi principalmente carne bovina. As outras também foram influenciadas, porco e frango, mas o grande destaque foi a carne bovina”, frisou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
A carne de porco subiu 3,35% em novembro, enquanto o frango inteiro aumentou 0,28% e o frango em pedaços subiu 0,34%.
O grupo Alimentação e Bebidas saiu de um avanço de 0,05% em outubro para elevação de 0,72% em novembro. A contribuição do grupo para a inflação passou de 0,01 ponto porcentual para 0,18 ponto porcentual no período.
“Sem as carnes, (o grupo) Alimentação e Bebidas teria registrado uma queda de 0,18%. Realmente o que pesou mesmo foram as carnes. Tomate, batata e cebola caíram cada um mais de 10%. Então realmente foram as carnes”, ressaltou Kislanov.
Sem a pressão das carnes, o IPCA teria sido de 0,30% em novembro, calculou Kislanov. Devido ao encarecimento das carnes, os alimentos para consumo no domicílio interromperam uma sequência de seis meses consecutivos de quedas de preços, com um avanço de 1,01% em novembro.
Por outro lado, as famílias pagaram menos pela batata-inglesa (-14,27%) e pelo tomate (-12,71%), ajudando a conter o IPCA em -0,03 ponto porcentual cada um. A cebola também teve recuo acentuado, de 12,48%.
Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,21% em novembro, após uma alta de 0,19% em outubro. No último mês, o item lanche aumentou 0,56%, uma contribuição de 0,01 ponto porcentual para o IPCA do mês. Estadão conteúdo.