O Brasil deu o maior cheque em branco de sua história ao eleger Jair Bolsonaro como seu próximo presidente, afirmou nesta sexta-feira (9) o prefeito de Salvador, ACM Neto, em Nova York.
Ele falou sobre sua administração na capital baiana a empresários, políticos e outras personalidades brasileiras e americanas na Brazilian-American Chamber of Commerce.
“O Brasil deu o maior cheque em branco da sua história para alguém nessa eleição de 2018”, disse ACM Neto, presidente nacional do DEM. “Nunca um presidente teve um cheque em branco tão grande quanto o Bolsonaro tem.”
Durante a campanha, afirmou ACM Neto, não houve preocupação em aprofundar o pensamento dos candidatos. “Ninguém estava nem aí para discutir educação, saúde, infraestrutura. Nada.”
Só agora, após a votação e com a formação dos ministérios, será possível saber o que o novo governo pensa e se propõe a fazer, complementou.
Ele afirmou ainda que a participação do partido na administração de Bolsonaro vai depender dessas propostas.
“Nossa participação do governo não está vinculada a cargos, está vinculada exclusivamente à agenda que o governo terá para o país”, ressaltou. “Mas a decisão não foi tomada ainda”.
Até agora, o presidente eleito escolheu dois nomes da legenda para compor seus ministérios: Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para a Casa Civil; e Tereza Cristina (DEM-MS), para a Agricultura.
“Não são indicações do Democratas. São quadros qualificadíssimos, que nos orgulham”, afirmou.
Ele avalia as primeiras composições do governo anunciadas até o momento como “coerentes e acertadas”. “Não que tenham acertado em tudo, mas acertaram mais do que erraram até agora.”
ACM Neto diz ter conversado com Paulo Guedes, que deve ser ministro da Economia de Bolsonaro, e discutido a agenda econômica e social do futuro governo.
“No caso da Previdência, eu tenho defendido que seja uma reforma que alcance os três entes da Federação: a União, os estados e municípios. Porque a situação dos estados e municípios é tão ruim e tão duras quanto é a do governo federal”, ressaltou.
O prefeito de Salvador defendeu ainda que se vote qualquer parte da reforma da Previdência neste ano, mesmo que, em 2019, sejam feitas mudanças maiores.
Criticou, porém, declarações de Guedes, sem citar o futuro ministro, sobre dar uma “prensa” no Congresso para aprovar a Previdência.
“Na prática, não funciona assim. É bom que haja uma crescente pressão popular, mas essa pressão popular bate, faz efeito, mas nem sempre ela decide o posicionamento do parlamentar. Então tem que ter política, tem que ter conversa, tem que ter construção”, ressaltou.
O político afirmou ainda que o governo Bolsonaro vai ter que ter muito cuidado com a eleição da Presidência da Câmara e do Senado, em fevereiro. “Isso vai fazer toda a diferença”, disse, lembrando que os dois precisam estar comprometidos em ajudar o presidente eleito a passar sua agenda.
Para ACM Neto, Bolsonaro tem a oportunidade de mostrar que consegue estruturar políticas sociais mais modernas que a dos governos petistas e conquistar os eleitores do Nordeste, “pegando os mais pobres e tirando da pobreza, não deixando-os sempre reféns da pobreza, como talvez tenha sido a lógica do PT.” (Bahia Notícias)