A autorização para a abertura do processo de impeachment contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (15). Agora, os 26 partidos com representação na Assembleia Legislativa fluminense têm 48 horas para indicar os representantes de uma comissão especial que vai analisar a denúncia.
No pedido, os parlamentares alegam que Witzel cometeu crime de responsabilidade ao faltar com probidade na administração pública e que o governador agiu de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo.
A votação aconteceu na quarta-feira (10). Sessenta e nove dos 70 deputados estaduais do Rio presentes na sessão virtual votaram a favor da autorização da abertura, inclusive os quatro parlamentares do PSC, o partido do governador. A decisão de autorizar ou não a abertura do processo cabia somente ao presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT), mas ele preferiu dividir a questão com os outros parlamentares.
O pedido de impeachment aceito foi o dos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB. Outros 13 foram arquivados. Os tucanos enumeraram as seguintes suspeitas:
- Compra de respiradores com suspeita de superfaturamento
- Construção dos hospitais de campanha cuja licitação é investigada
- Suposto vínculo de Witzel com o empresário Mário Peixoto
- Parecer do TCE pela rejeição das contas de 2019 do governo Witzel
- Revogação da desqualificação da OS Unir Saúde, que seria ligada ao empresário Mário Peixoto e está sob suspeita do Ministério Público Federal
“Recebo com espírito democrático e resiliência a notícia do início da tramitação do processo de impeachment pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Estou absolutamente tranquilo sobre a minha inocência. Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados”, disse Witzel.