Após recorde histórico de queimadas, Pantanal tem o segundo pior outubro em 22 anos

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Número também é maior do que o total de focos registrados para o mês no ano passado Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

O Pantanal registrou, nos primeiros 14 dias de outubro, 2.536 focos de incêndio, apontam dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número significa que o mês já é o segundo pior outubro em queimadas para o bioma desde 1998, atrás apenas de outubro de 2002 – quando houve 2.761 focos.

Os registros das primeiras duas semanas de outubro de 2020 também já são maiores do que os vistos em todo o mês no ano passado, quando o bioma teve 2.430 focos de incêndio.

As altas de outubro vêm depois de o bioma ter a pior quantidade de incêndios mensais na história – para qualquer mês – em setembro. Antes disso, nos primeiros 17 dias de setembro, os recordes para o mês já haviam sido batidos.

O Pantanal também teve o pior julho e o segundo pior agosto em número de focos de incêndio desde 1998, quando começaram as medições do Inpe. Este ano já é o pior em pontos de fogo no bioma – que, até 2018, era o mais preservado do País, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O Pantanal enfrenta uma seca histórica – a maior em 47 anos – que contribui para o alastramento das chamas. “Na região, os meses de chuva começam em outubro, novembro, dezembro. Esse ano a chuva está demorando mais que o normal”, explica Felipe Augusto Dias, diretor-executivo da SOS Pantanal. O mesmo fenômeno ocorreu no ano passado, segundo ele.

“Evidentemente que o fogo pega porque alguém colocou, mas é muito evidente também que, principalmente em lugares que estariam inundados, esse ano não estando, tem muita matéria orgânica. A seca de fato contribui para aumentar a intensidade”, afirma Dias.