O presidente Jair Bolsonaro foi reavaliado pela equipe médica que o atendeu em São Paulo, na quarta cirurgia realizada depois do atentado sofrido, em 6 de setembro de 2018, e está liberado para viajar a Nova York, na próxima segunda-feira (23).
Na terça (24), ele abrirá, oficialmente, por meio de discurso, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “Nosso presidente está pronto para o combate”, destacou o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.
A bateria de exames no Hospital DF Star durou pouco tempo. Bolsonaro chegou por volta das 9h10 e saiu do hospital às 10h. Ele realizou exames laboratoriais que se verificaram normais, destacou o cirurgião-chefe Antônio Macedo, responsável pela último procedimento cirúrgico, realizado em 8 de setembro. “Foi feito raio-x do tórax, que mostra uma expansão pulmonar adequada, sem vestígios que haviam na semana passada”, explicou.
O presidente foi submetido, também, a um raio-x simples de abdome, que revelou desaparecimento de uma distensão gasosa que teve durante o período pós-operatório, na última semana. “O abdome, agora, está sem distensão, e as alças intestinais estão funcionando normalmente”, disse Macedo. A alimentação de Bolsonaro passa, agora, de uma dieta cremosa para uma dieta leve.
Quando saiu do Hospital Vila Nova Star, onde foi submetido à cirurgia e cumpriu o pós-operatório, Bolsonaro vinha mantendo uma alimentação cremosa, como se fosse uma “papinha de criança”, comentou Macedo. “Hoje, com o fato de não haver mais distensão abdominal, ele passa a uma dieta leve, com arroz, purê de batata, legumes, um filé mignon grelhado, uma dieta pouco mais evoluída, que dá mais liberdade a ele, vamos dizer, durante uma viagem. É pouco mais calórica, vai facilitar as condições dele durante a viagem”, contextualizou.
A ida de Bolsonaro à Nova York é a prioridade do presidente e do governo no momento. “Ele tem o foco direcionado exclusivamente à ida a Nova York, onde vai, como já disse anteriormente, fortalecer a posição do Brasil perante a assembleia geral das Nações Unidas. Vai falar com o coração, como ontem ele mesmo ratificou, por meio da live, (que) vai apresentar as questões ambientais. Enfim, o presidente tem, hoje, foco. O foco é Nova York. Nova York é importante para nosso país, para nosso Estado, para nossa sociedade”, sustentou Rêgo Barros.
O porta-voz comentou da viagem ao ser questionado pela imprensa sobre o posicionamento do governo acerca da decisão do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), em colocar o cargo à disposição em decorrência de investigações da Polícia Federal (PF) feitas a ele e ao filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE). “Essa é uma questão que ele vai abordar, se assim considerar, no retorno da viagem”, comentou Rêgo Barros.
Orientações
O boletim médico divulgado nesta sexta-feira (20) limita-se a informar que o presidente foi submetido a uma avaliação médica multiprofissional e que ele está em excelentes condições clínico/cirúrgicas, tendo sido liberado para a dieta leve. Está programada reavaliação em sete dias. Para esta nova bateria de exames, não está prevista a participação da equipe médica de São Paulo.
O presidente voltará ao DF Star, mas apenas o médico médica da Presidência da República, Ricardo Camarinha, deve coordenar a equipe na próxima semana. “Provavelmente a gente não virá aqui na semana que vem, mas o dr. Ricardo Camarinha está alinhado conosco para fazer os exames na quinta-feira que vem, inclusive verificar a recuperação dele, tendo em vista uma viagem longa que vai fazer. Vai fazer aqui mesmo (os exames), quinta que vem (26), e passa para novos exames”, explicou Macedo.
Após esses exames, o cirurgião-chefe da Rede D’Or verificará se reavaliará presencialmente o presidente ou não. Mas as orientações médicas para a viagem estão postas. O risco de uma viagem de Brasília a Nova York, que, em trajeto único, sem escala, pode durar cerca de 8h30, é sempre vascular, destacou Macedo. Por esse motivo, foi recomendado que Bolsonaro viaje com uma meia elástica e tome todo dia uma injeção anticoagulante, que será tomada durante a viagem.
O chefe do Executivo federal foi orientado a não permanecer muito tempo sentado e a caminhar um pouco no avião. Assim, a recomendação é que ele permaneça a maior parte do tempo deitado em uma cama no avião presidencial, que terá à disposição na viagem. “É mais um cuidado e uma, vamos dizer assim, atenção à parte de circulação venosa depois de uma grande cirurgia e tendo-se uma viagem de avião pela frente”, explicou Macedo.