Algumas das principais fabricantes brasileiras de veículos vão voltar a interromper sua produção e dar férias coletivas aos funcionários a partir desta segunda-feira (20). Desta vez, o motivo é não só a escassez de componentes, mas também a queda nas vendas durante os últimos meses, devido à desaceleração da atividade econômica no país. General Motors (GM), Hyundai e Stellantis (dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) são algumas das fábricas.
De acordo com informações do jornal Estadão, a Hyundai concedeu, a partir desta segunda-feira (20), férias coletivas de três semanas para os trabalhadores dos três turnos da unidade que produz os modelos HB20 e Creta em Piracicaba (SP). Já a Stellantis vai dispensar por 20 dias, a partir da quarta-feira (22), os funcionários do segundo turno da fábrica da Jeep em Goiana (PE). Uma semana depois, será a vez dos operários do primeiro e do terceiro turnos serem afastados por dez dias, período em que toda a produção dos SUVs Renegade, Compass, Commander e da picape Fiat Toro estará paralisada.
Entre 27 de março e 13 de abril, a General Motors vai suspender a produção da picape S10 e do SUV Trailblazer na planta de São José dos Campos (SP). Em fevereiro, a fábrica que produzia os modelos das marcas francesas Peugeot e Citroën já havia encerrado o segundo turno de trabalho em Porto Real (RJ) e antecipou a dispensa de 140 funcionários com contratos temporários.
As montadoras alegam que o motivo é a queda da demanda e a consequente necessidade de adequar os níveis de produção. Em 2019, as vendas de veículos no Brasil atingiram 2,787 milhões de unidades. No ano passado, esse número, que já era considerado baixo, caiu cerca de 24%, foram 2,104 milhões de unidades
O setor já enfrentava um forte desgaste, com a falta de semicondutores para a produção. Nos últimos dois anos, cerca de 630 mil veículos deixaram de ser produzidos.