O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, foi alvo, neste domingo (23), de uma operação da Polícia Federal (PF) a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de Jefferson depois que ele divulgou novos ataques ao processo eleitoral e a integrantes da Corte. O ex-deputado reagiu com tiros à ação dos agentes e, no momento, segue em casa, resistindo à ordem para que retorne ao regime fechado. As informações são de O Globo.
Em vídeos divulgados por Jefferson, ele afirma ter trocado tiros com os policiais durante a tentativa de prisão. Dois agentes ficaram feridos na ação, ainda conforme o Globo.
— Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los — diz Jefferson em vídeo gravado dentro da casa dele.
Em outro vídeo, o para-brisa de um veículo da PF aparece estilhaçado.
— Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego — afirma.
Também de acordo com o Globo, uma policial foi alvejada de raspão na cabeça e na perna, enquanto o delegado Marcelo Vilela foi atingido por estilhaços na cabeça. Ambos foram encaminhados ao hospital, e os exames detectaram que os ferimentos foram sem gravidade. Segundo a publicação, o setor de inteligência da PF teria detectado informações de que Jefferson aguardaria até terça-feira (25), prazo limite para prisões em flagrante, para tentar tumultuar o processo eleitoral.
A operação ocorre um dia após Jefferson xingar a ministra do STF Cármen Lúcia, comparada por ele a uma “prostituta” em um vídeo publicado por sua filha nas redes sociais.
Roberto Jefferson está em prisão domiciliar desde janeiro, quando deixou o regime fechado por questões de saúde. Em agosto do ano passado, ele teve a prisão decretada após propagar novas ameaças às instituições.
Na decisão em que a detenção foi determinada, Moraes destacou que as publicações disseminadas tinham o “nítido objetivo de tumultuar, dificultar, frustrar ou impedir o processo eleitoral, com ataques institucionais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao seu ministro presidente. As manifestações, discursos de ódio e homofóbicos e a incitação à violência não se dirigiram somente a diversos ministros da Corte, chamados pelos mais absurdos nomes, ofendidos pelas mais abjetas declarações, mas também se destinaram a corroer as estruturas do regime democrático e a estrutura do Estado de Direito”.