Um levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) revela que sete em cada dez vítimas de traumas graves atendidas em hospitais do SUS são motociclistas, muitos dos quais utilizam a moto para trabalho. Esses traumas representam 66% dos atendimentos ortopédicos, com 40% das fraturas sendo fechadas e exigindo até uma semana de internação.
As sequelas são preocupantes: 8% dos pacientes enfrentam perda permanente de mobilidade, 3% precisam de amputações e 39% desenvolvem dor crônica. Entre 2011 e 2021, a taxa de internações de motociclistas aumentou 55%, custando R$ 167 milhões apenas em 2021.
A alta demanda por atendimento causa sobrecarga nos hospitais públicos, que já enfrentam escassez de equipamentos e profissionais. Além disso, 26% dos motociclistas entrevistados pilotam sem habilitação, e muitos admitem cometer infrações.
A SBOT defende a necessidade urgente de campanhas de conscientização e fiscalização no trânsito, e o tema será debatido durante o congresso da SBOT, que ocorrerá no Rio de Janeiro de 14 a 16 de novembro.