Aconteceu na manhã desta segunda-feira(10), no Santuário do Bom Jesus da Lapa, uma missa em homenagem às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH. A cerimônia religiosa foi marcada pela presença de um grupo de familiares das vítimas, que se emocionaram pela tragédia que deixou 245 mortos e 25 desaparecidos, Conforme a Defesa Civil.
Durante a celebração da missa, o padre Stanislaw Wilczek, CSsR, Missionário Redentorista, lamentou, que infelizmente Brumadinho ficou famosa de um dia para o outro, não por uma coisa boa, mais pela tragédia que tirou tantas vidas. Lembrando que a população não pode esquecer do que aconteceu, e as famílias precisam continuar unidas e de mãos dadas. o padre recebeu de um dos sobreviventes e de um grupo de mães de vítimas desaparecidas nas tragédia uma carta com o nome das pessoas que ainda não foram encontradas.
De acordo José de Avila, que trabalhava no local a mais de 28 anos e foi coberto pela lama, e resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Ele passou na barragem por volta das 11h40 da manhã. E quando voltou da oficina para escritório da empresa para deixar um relatório, já era uma base de 12h20. “Eu passei em frente ao restaurante, e parece que tinha uma coisa dizendo para eu sair dali, e eu me retirei, e despedi de um colega meu que chamou para almoçar e trocar as caminhonetes. E eu falei para ele que trocaria depois do almoço”, e emocionado ele afirmou: que abriu uma cancela que dá acesso a mina, e logo depois que chegou no local de carregamento de vagão escutou o estrondo, e viu a lama descendo. “Eu falei no rádio – meus Deus do céu, a lama estourou e vai matar todo mundo!. E nisso o meu colega falou comigo assim [pelo radio]- oh BH não fala assim não. Ai eu falei – sai daí logo!. Aí ele não me respondeu mais. E quando eu olhei vir só a lama e as pessoas descendo, rodando junto. Só restou pegar com Deus, porque a gente não podia fazer mais nada”, relembrou chorando.
José destacou, que logo depois que a barragem se rompeu, as pessoas que conseguiram escapar ficaram perdidas e apavoradas, correndo para os lugares mais altos. “Quando a gente segurava na pessoa, ela pedia para soltar, dizendo que o barro ia pegar ela”, disse.
“A gente conseguiu tirar muita gente, mais a maioria dos meus amigos ficaram lá. Nunca passou pela minha cabeça de acontecer o que aconteceu. Todo mundo trabalhando, e na hora de uma refeição vira tudo de cabeça para baixo”, finalizou.
Já dona Rosângela, mãe de uma das vítimas, afirma que sente muita saudade do filho que foi encontrado morto. Ela disso que parecia um sonho, mais não era. “E graças a Deus não precisei de psicólogo”, afirmou também chorando.
O rapaz se chamava Anísio, e segundo dona Rosângela o seu filho era uma pessoa de fé, andava na igreja, e por isso está perto de Deus. “É ele que está dando essa força para mim continuar, e se manter segura”, afirmou.
Ela conta, que durante o tempo que Anísio estava desaparecido, o outro filho mais novo Lucas, falava que iria buscar o seu irmão na lama. “Mãe eu vou buscar o Anísio. Eu falei, ele já está com Deus Meus filho. Só que para não desanimar ele, eu mantive as esperanças dele, e rezando ao seu lado. Eu tenho muito medo de ele ter problema, porque era muito garrado com o irmão”, contou.
Tragédia
A tragédia aconteceu no dia 25 de janeiro, onde o rompimento de uma barragem da Vale derramou um mar de lama sobre Brumadinho, causando muitas mortes e destruindo a vida de várias famílias. Muita gente perdeu seus parentes, animais e o lugar onde morava.
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