A Pastoral do Meio Ambiente vinculada a Diocese de Bom Jesus da Lapa, com o objetivo de conhecer a realidade e as condições de vida e de trabalho dos catadores de resíduos sólidos das 15 cidades que compõem a Diocese, está realizando um trabalho de visitar os lixões, escutando os catadores e observando a realidade desses trabalhadores. Após essa etapa, a equipe irá dialogar com as representações que estão vinculados a discussão ao Meio Ambiente de cada município. Depois desses dois momentos, será feita uma assembleia, onde cada gestor será convocado para discutir o assunto com os catadores, que colocarão suas realidades e necessidades.
Cumprindo esse propósito, representantes da Pastoral do Meio Ambiente e uma equipe da WEB TV Bom Jesus, do Santuário do Bom Jesus da Lapa visitaram no último sábado(2) o lixão de Bom Jesus da Lapa, e constataram as condições totalmente degradantes dos catadores, que trabalham retirando do lixo os resíduos recicláveis e reutilizáveis, sujeitos a intempéries, expondo-se a contaminações e sem nem um tipo de apoio. “A realidade que vimos hoje na cidade de Bom Jesus da Lapa é triste, não existe nenhuma entidade ou grupo que os defenda, são desvalidos, sem iniciativa, totalmente desprotegidos e expostos a doenças, sem equipamento de proteção ou segurança, vivem o dia inteiro dentro do lixo, cercados de moscas e sujeira”, afirmaram.
A equipe descobriu ainda que existe um processo de exploração do comercio, quando esses trabalhadores vão vender os produtos reciclados. “Tem apenas um comprador dos produtos recolhidos, sem qualquer concorrência, esse mesmo faz o preço que quer”, frisa.
O objetivo da atuação da Pastoral do Meio Ambiente, é sensibilizar os Prefeitos e todos os seguimentos da sociedade para a situação e conseguir dar condições decentes de trabalho para a categoria. “Vamos buscar, de alguma forma, despertar as autoridades para uma melhor assistência a esses irmãos desvalidos”, finaliza.
Por estarem expostos aos riscos, trabalhadores dos lixões têm mais probabilidade de adquirir problemas de saúde como leptospirose, dermatites de contato, infecções gástricas e verminoses de toda ordem. Essas pessoas têm riscos ampliados, pois acabam tendo contato com o chorume (líquido resultante da decomposição do lixo) e inalam os gases provenientes do apodrecimento dos materiais orgânicos.