Sem chuva, Rio São Francisco atinge menor nível em seis anos

Os efeitos do último El Niño ainda são sentidos em várias regiões do país. O fenômeno durou de junho de 2023 a julho de 2024 e foi marcado por uma série de eventos extremos de calor, seca e chuva em quase todo o país.

No Rio São Francisco, depois de cheias históricas entre 2019 e 2022, a falta de chuvas na bacia fez com que os níveis dos reservatórios e dos afluentes caíssem aos patamares registrados em 2018, principalmente nas localidades do Médio São Francisco, compreendido entre as hidrelétricas de Três Marias, na Região Central Mineira, e Sobradinho, na Bahia.

Em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, a cota medida no fim de junho chegou a 2,48 metros (m). Com uma ligeira melhora na defluência em Três Marias, a marca registrada neste domingo, 28 de julho, chegou a 2,7 metros.

 

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O mesmo se repete nos demais pontos de medição ao longo do curso do Velho Chico na Bahia, como nas cidades de Carinhanha, Barra, Ibotirama, entre outras.

De acordo com os dados da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), responsável pela operação da usina, a vazão chegou a apenas 150 metros cúbicos por segundo (m³/s) no início de junho. Atualmente, cerca de 400 m³/s estão sendo liberados do reservatório para produção de energia elétrica.

O volume atual do reservatório está na casa de 60%. No ano passado, nesta mesma época, o reservatório armazenava mais de 75% de sua capacidade. Já o reservatório de Sobradinho está com 62% da capacidade. No mesmo período do ano passado, o volume era de quase 74,5%.

Com menos água no rio, pescadores das localidades afetadas já estão em alerta para uma eventual diminuição na oferta de peixes, uma vez que as cheias são importantes para que as lagoas marginais sejam abastecidas e favoreçam a reprodução.

Além disso, em alguns pontos, até a navegação de pequenas embarcações fica prejudicada devido a formação de bancos de areia imensos no leito do Velho Chico. Reportagem do Agêncai Sertão.