Negligência médica pode ter causado morte de bebê durante o parto em Bom Jesus da Lapa; Secretaria afasta médica até conclusão de investigações

0
GrupoSCosta-350x250px
Amanda diz não poderia ter filho com o parto normal

Uma gestante de 25 anos, deu entrada na Maternidade de Bom Jesus da Lapa nessa quarta-feira(9) em trabalho de parto. Mas o que era para ser o dia um dos dias mais felizes na vida da jovem Amanda, se transformou em um grande pesadelo.

Através de mensagens de áudio pelo aplicativo Whatsapp Amanda, disse que “perdeu” o filho na Maternidade de Bom Jesus da Lapa. E acusa uma médica do local de não ter oferecido atendimento adequado a sua situação.

“Eu tinha desde de agosto, encaminhando pra maternidade. E sempre eu ia lá com dores e chegando lá o médico falava que ainda não tava na hora de eu meu bebê e que era pra me aguardar. Eu fui com encaminhamento do postinho porque meu bebê tava pélvico, ele tava virado, não tinha capacidade dele nascer normal e eu também não tive passagem, não tinha passagem pra ele ser normal”, disse.

Ela conta que um médico de plantão da unidade de Saúde também a havia alertado. “Ele me atendeu, ele olhou e viu que o meu bebê tava virado ainda, ele pegou e falou que ainda não tava, não dava pra poder internar, não tava no tempo ainda, porque a data era até dia onze a dia quinze e se caso não ocorresse nada de de sentir dor nenhuma, eu ia dia dezenove em jejum para fazer a cesariana (…) Aí quando chegou lá eu eu senti dor no mesmo dia à noite, quem me levou foi até o SAMU, aí era uma base dumas dez e pouca, onze horas (sic), aí chegou lá quem tava no plantão, era doutora X (suprimimos o nome da profissional) ela me atendeu horrível, gente ela não tem capacidade de tá ali naquela maternidade não, porque ela ela não tem amor, não tem carinho com as pessoas, simplesmente ela me deu o toque. E falou, seu bebê não vai, num tá na hora de vim não, vai demorar pra mim e com quarenta semanas já. Ela falou que ia ter quarenta e duas semanas, o bebê poderia virar.

Ela relata no áudio que após o atendimento foi mandada para casa. Mas diz que as dores aumentaram em seguida. “Eu tava vindo embora eu comecei a sentir as dores mais fortes quando eu cheguei em casa a dores foram aumentando, voltei pra maternidade de novo, de madrugada, chegando na entrada e na maternidade, a minha bolsa estourou. (…) Aí me levou lá pra sala de parto normal, eu falei, não vai fazer normal não, né? Porque eu não tenho passagem pra normal, não me falaram nada, simplesmente os enfermeiro lá falou, ‘ele já tá aqui’ e tentou, tirou meu filho de pé, entendeu? chegando lá enganchou a cabecinha dele ficou dentro de mim enganchada e eu fazendo força, fazendo força, fazendo força, já tava perdendo fogo, as força, perdi, entendeu? Eu tava com já com minha boca ‘enroxando’, entendeu? (sic) Eu também morrendo por causa disso, depois eles pegaram, tiraram da cama, me colocaram na cadeira de roda que o meu bebê, eu sentei na cadeira de roda, com meu bebê enganchado dentro de mim e cada um segurando perna, por causa que a cabeça do bebê tava dentro de mim, me levou pra pra mesa do centro cirúrgico, chegando lá eu peguei, ele tentou, tentou tirar a cabeça, aí eu fiz força, foi aonde que veio e saiu a cabeça do meu filho”, lamentou Adriana.

Ela afirmou que a profissional do plantão insistiu no parto normal, mesmo quando a mãe dizia não ter passagem e ser alertada que o bebê estava numa posição complicada para o nascimento. “O meu bebê tava bem, que o coraçãozinho tava batendo bem” (…)Eu não tinha capacidade de ter meu filho normal e ainda veio de pé, ele não veio de cabeça pra baixo, e por isso que eu perdi meu filho”, desabafa.

Tristeza

Albert Ravy era muito desejado por toda família. “É muito triste e revoltante,  porque todos esperava a chegada dele vivo[Albert Ravy] e não morto por negligência médica. Quem está mais acabada sou eu – Tava tudo arrumadinho: bolsa, as roupinhas, a saída. Tá todo mundo triste, abalado, revoltado por causa disso. Nós queremos justiça! Porque você entra na maternidade para ter o seu bebê, e sai sem o seus filhos nos braços, morto, e você ver em sua casa as coisas que estavam tudo arrumada, em vão, sem bebê, é muito triste”, disse Amanda ao site Notícias da Lapa.

O outro lado

Em nota a Secretaria de Saúde de Bom Jesus da Lapa emitiu uma nota de esclarecimento em conjunto com Maternidade Municipal Carmela Dutra, lamentando o ocorrido e garantindo que a paciente teve assistência em todas as vezes que procurou a unidade hospitalar. Em nota a Secretaria diz ter afastado preventivamente a profissional médica que a atendeu e que ocorrerá uma minuciosa apuracão dos fatos ocorridos e do atendimento prestado. Assegurando que tomará todas as medidas administrativas cabíveis.

Veja:

Nota de Esclarecimento Secretaria de Saúde de Bom Jesus da Lapa